Folha de S. Paulo


Paulistanos aproveitam boom e vendem acessórios carnavalescos

Karime Xavier/Folhapress
A estilista Bel Bevilacqua, 27, faz tiaras com temas floridos para o Carnaval
A estilista Bel Bevilacqua, 27, faz tiaras com temas floridos para o Carnaval

Quando a empresa onde trabalhava fechou no fim do ano passado, a estilista Bel Bevilacqua, 27, pensou para frente. E se aproveitasse agora o gigante Carnaval de rua em São Paulo para lucrar?

Com tiaras cheias de penas, algumas repletas de fitinhas do Senhor do Bonfim, flores e frutas, sua loja on-line, aberta só há três semanas, bombou. Vendeu 130 peças em três semanas.

Tanto o Carnaval quanto o pré-Carnaval (neste fim de semana) e o pós-Carnaval, diz Bevilacqua, incentivam as vendas. "As pessoas já estão usando e o Carnaval ainda nem começou. Querem investir nisso", diz ela.

No ano passado, já era visível a quantidade de pessoas desempregadas que decidiram vender bebida no Carnaval para conseguir uma graninha extra. Em 2017, o número de ambulantes credenciados pela prefeitura mais que dobrou: serão 8 mil neste ano, ante 3.775 em 2016.

Agora, com a expansão do Carnaval na cidade, paulistanos aproveitam para também vender acessórios e fantasias, além de oferecer serviços como de maquiagem em blocos e oficinas de fantasias.

Nesta segunda (19), seis meninas vão aprender a modelar e costurar uma saia de sereia para o Carnaval no ateliê da estilista Georgia Halal, 33. Há quatro anos, ela já produz coleções para o evento. É a primeira vez, porém, que faz uma oficina.

"Do ano passado para cá, a procura aumentou", diz. Para ela, as paulistanas, que normalmente preferem mais conforto nas fantasias —"só um adereço e já está fantasiada"— estão ficando cada vez mais como as meninas do Rio, mais envolvidas com as fantasias de Carnaval.

BARBA PURPURINADA

Quem for ao Cordão Cecília no sábado de Carnaval, no centro, poderá fazer penteados e maquiagens carnavalescas, além de barbas purpurinadas —tendência do ano passado— com o barbeiro Juliano Tibúrcio, 41. O bloco passará em frente à sua barbearia. "Muita gente não vai fantasiado, e na hora se anima e quer fazer algo divertido", diz.

Um grupo de três amigas figurinistas repetiu a estratégia do Carnaval passado, vendendo tiaras artesanais com penas de pavão, borboletas e flores. "Antes, essa história não vendia. Eram só acessórios da 25 de março, mais de nicho. Agora, a cena aqui está bem maior", diz a estilista Diana Lion, 29, do Dasfigurinistas.

Já o atrativo dos sacolés "gourmetizados" que a avaliadora física Bruna Martins, 30, vende nos blocos é seu nome, inscrito numa placa: sacolés "Chupa, Doria" - "para um gosto refinado como o dele", diz seu namorado, que não quis ser identificado.

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