Crescer em uma metrópole como São Paulo não evitou que Pericles conhecesse e se apaixonasse ainda cedo pela terra e pelas plantações. O interesse nasceu nas aulas de biologia e, ao terminar o colégio, não teve dúvidas: deixou a casa dos pais para fazer agronomia na Esalq (escola de agricultura da USP), em Piracicaba, no interior paulista.
Depois de formado, passou a maior parte de sua carreira no Instituto Biológico de São Paulo. Seu foco eram as pesquisas em vírus vegetais principalmente ligados à batata. Visitava diferentes plantações, analisava sementes, era responsável pela certificações de produtos importados.
Fez o curso de mestrado na prestigiada Sorbonne, na França, e doutorado em Botucatu, no interior de São Paulo. E gostava tanto do que fazia que, mesmo depois de aposentado, continuou a visitar o instituto, a fazer consultorias, a dar palestras.
Quando não estava envolto em vírus e plantações, Pericles gostava de viagens, filmes de ação e dos encontros com parentes e amigos. "Era uma pessoa que gostava de conversar, juntar as pessoas ao redor de uma mesa. A gente até se reunia em casa, mas gostava mesmo de ir a restaurantes, conhecer lugares", lembra a mulher, Marisa.
Apesar da disposição, a rotina de Pericles começou a mudar nos últimos anos devido aos sinais do Parkinson e do Alzheimer. Morreu domingo (21), aos 79, devido às doenças. Deixa a mulher, dois filhos, nora, irmã e cunhado.
A missa de sétimo dia será no sábado (28), às 15h, na igreja Sta. Teresinha, na rua Maranhão, 617, Higienópolis, na região central de São Paulo.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
-