Enquanto os irmãos brincavam nas ruas da zona leste de São Paulo, Regina frequentava a biblioteca de uma de suas professoras.
A literatura estimulava a sua imaginação –divertia-se inventando enredos para entreter as outras crianças.
Com jeito para isso, optou por cursar jornalismo e foi trabalhar na TV. Mas o que a apaixonava mesmo eram as histórias lúdicas, infantis, como as que contava quando pequena. Com o tempo, conseguiu se envolver com projetos para esse público.
Foi assistente de direção de "Castelo Rá-Tim-Bum", na TV Cultura, e logo ganharia a oportunidade como roteirista –enfim contaria histórias– em infantis da emissora como "X-Tudo" e "Cocoricó", para o qual escreveu até o final do programa, em 2011.
Desde 2004, lecionou telejornalismo para os alunos da faculdade Cásper Líbero.
Chegou a superar um câncer de mama, mas teve uma metástase no final de 2015. Entusiasmada com seus projetos, não se deixou abater.
Para a Folha, fez a adaptação de "O Livro da Selva: Mogli", parte da coleção Minha Primeira Biblioteca, de 2016.
E concretizou o sonho de publicar um livro infantil, "Fofilofa". Durante o lançamento, achou graça quando ouviu "quem é essa mulher tão famosa?", por causa do público numeroso.
Frase parecida seria ouvida de uma recepcionista do hospital onde esteve internada nos últimos dias. "Quem é Regina Soler? É a pessoa que mais recebe visita aqui." Regina ria e apreciava o carinho dos amigos e familiares.
Morreu na terça-feira (17). Deixa o filho Bruno, a mãe Áurea, quatro irmãos e oito sobrinhos.
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Regina Soler (1959-2017) com o filho, Bruno |
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