Folha de S. Paulo


Agentes encontram túnel em direção a presídio na Baixada Fluminense

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Túnel cavado em direção a presídio na Baixada Flumunense
Túnel cavado em direção a presídio na Baixada Flumunense

Agentes penitenciários do Rio encontraram na tarde de terça-feira (17) um túnel que estaria sendo construído em direção a um presídio em Magé, na Baixada Fluminense.

De acordo com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), os agentes encontraram um túnel de aproximadamente dez metros de extensão que ligaria a parte externa do presídio a uma cela do pavilhão A na unidade.

Segundo o jornal "Extra", a Cadeia Pública Romeiro Neto abriga cerca de 1.200 presos da facção Comando Vermelho, a mais antiga do Rio. Questionada, a Seap não divulgou a quantidade de presos na unidade, "por questões de segurança".

Os agentes penitenciários do Estado Rio estão em greve desde a 0h de terça (17). A paralisação está prevista para durar até a próxima segunda-feira (23). Eles cobram o pagamento dos salários de dezembro e o 13º de 2016.

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Agentes penitenciários encontram túnel construído em direção ao Complexo de Gericinó
Agentes penitenciários encontram túnel construído em direção ao Complexo de Gericinó

Os policiais civis do Rio também deram início a uma paralisação de 72 horas por reivindicação de salários. O governo do Rio divulgou no fim da tarde desta terça que pagaria o salário de dezembro dos servidores e aposentados da segurança pública ainda nesta quarta-feira (18).

O comando da greve dos agentes penitenciários divulgou nota de que a medida não muda as determinações da paralisação. Desde terça que apenas trabalhos administrativos estão sendo realizados nas cadeias do Rio, como o fornecimento das refeições e a contagem dos presos. As visitas de parentes estão suspensas.

A Seap divulgou que colocou em prática um plano de contingência para manter a segurança nos presídios, mas não deu detalhes sobre como isso seria feito.

CONFUSÃO

No final da manhã desta quarta, houve uma confusão em uma das unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste, a principal cadeia do Estado. Seis presos teriam se envolvido em uma briga.

De acordo com a Seap, a situação foi controlada pela direção do presídio. O chamado Grupamento de Intervenção Tática chegou a ser acionado, mas a força não precisou ser utilizada. A confusão ocorreu na unidade chamada Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira, uma das 25 unidades da cadeia pública, que abriga 29 mil detentos.

É no presídio de Bangu, como é conhecido o Complexo de Gericinó, que está preso o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O político, preso na operação Calicute, está em Bangu 8, onde ficam os presos com nível superior. Segundo a Seap, a confusão nesta quarta não evoluiu para uma rebelião.

Há no Rio a apreensão com relação a possíveis rebeliões, já que o Estado tem três facções de tráfico de drogas naturais do Rio, além do PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo.

A greve dos agentes aumentou o clima de tensão nas cadeias, mas até o momento da publicação desta reportagem não houve registro de maiores problemas na unidades.

CAMPOS

Um outro tumulto ocorreu em uma penitenciária feminina em Campos dos Goytacazes, região norte do Estado do Rio.

Segundo a Seap, duas houve um princípio de confusão quando internas de duas celas ficaram inconformadas de não receber visitas em função da greve dos agentes penitenciários.

De acordo com a secretaria, as detentas chegaram a gritar e bater nas grades porque inspetores de administração penitenciária impediram visitas de entrarem na unidade.

"A Seap informa que o tumulto já foi contornado e acrescente que a confusão aconteceu em apenas duas das onze celas da unidade", disse a Seap em nota.


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