Folha de S. Paulo


Glacus de Souza Brito (1958-2016)

Mortes: Obstinado por novos tratamentos médicos

Espírita, a família Souza Brito ouviu de um médium que o menino que teria ali em São João da Boa Vista (SP) era um espírito de luz, chamado Glacus, e que seria médico.

Glacus cumpriu o predestinado –ele se formaria em medicina na USP. Dizia que não tinha vindo ao mundo para prescrever remédios, mas para cuidar das pessoas.

Aos 21, sofreu um grave acidente na estrada, que tomou a vida do amigo que o acompanhava, deixando órfão Ricardo, então com 8 anos. A partir daí, o jovem assumiu a responsabilidade pelos estudos do menino.

Após se formar, foi para o Acre atuar como sanitarista. Lá, era o responsável por um barco-hospital que atendia comunidades ribeirinhas.

O convívio com tradições locais o levou à União do Vegetal, sociedade religiosa que tem como ponto central o uso do chá de ayahuasca.

Voltou para São Paulo após três anos, mas manteve a prática religiosa e tornou-se um defensor da liberação do chá –tendo sido, inclusive, testemunha da defesa no processo que liberou o uso da bebida para sessões religiosas nos Estados Unidos, em 2006.

Sua obstinação eram novos métodos médicos. Desenvolveu protocolos de vacinação na rede de saúde pública do Estado, tendo alcançado o reconhecimento da OMS (Organização Mundial da Saúde), para a qual atuou como consultor. Nos últimos anos, esteve na vanguarda da pesquisa do tratamento com ozônio.

Morreu no dia 22, em São Paulo, aos 58, em decorrência de uma metástase após câncer de estômago. Deixa a mulher Darlene, os filhos André, Mariana, três irmãos e Ricardo, com quem conversava por mensagem quando se foi.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: