Folha de S. Paulo


Limpeza e Saúde terão 'infiltrados' de Doria ainda sob a gestão Haddad

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
O prefeito eleito João Doria Jr (PSDB) se encontra com o prefeito Fernando Haddad (PT) para as tratativas de transição do cargo, nesta sexta-feira (7), na Prefeitura de São Paulo.
O prefeito Fernando Haddad (PT) em encontro com prefeito eleito João Doria (PSDB)

Auxiliares do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), passarão a atuar "infiltrados" na gestão Fernando Haddad (PT), antes mesmo da posse do tucano. O objetivo é evitar a descontinuidade em temas centrais da administração municipal.

Com o aval de Haddad, a partir de dezembro, assessores do tucano devem se inteirar de questões que, se fora de controle, podem trazer danos graves à cidade e à imagem do novo prefeito. A preocupação de Doria com as enchentes durante o verão, tema do primeiro encontro de transição entre os dois políticos, está no escopo dessa ação orquestrada.

O verão é um período que exige o reforço da zeladoria da prefeitura, com equipes nas ruas atuando tanto na prevenção quanto na solução de problemas como trânsito, epidemias e alagamentos.

Por isso, auxiliares do tucano acompanharão as medidas municipais nessas frentes. A preocupação é que Doria seja responsabilizado logo no primeiro mês pelo eventual caos nas ruas de São Paulo nessa época do ano.

Na próxima semana, o tucano deve apresentar os nomes para a operação. Apenas na segunda (17), a transição começará de fato, com reuniões e troca de informações entre técnicos da prefeitura e assessores do prefeito eleito.

PREVISÍVEIS

Como são previsíveis, os problemas podem ser minimizados se houver uma operação preventiva na cidade. Equipes do prefeito eleito serão destacadas para observar medidas da administração na prevenção de alagamentos, como limpeza das ruas e poda de árvores.

Os engarrafamentos, que costumam piorar em dias de temporal, também serão objeto de observação da futura gestão em dezembro, com técnicos atuando ao lado de agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Na reunião com Haddad na semana passada, o prefeito eleito manifestou preocupação com a manutenção de semáforos, que costumam apagar em dias de chuva. Haddad trocou parte da sinalização, mas, devido a quedas de energia, os problemas continuam a acontecer.

SAÚDE

Além do engarrafamento, as chuvas são problema certo para a administração municipal na área da saúde. O combate a criadouros de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, é prioritário nessa época do ano.

Os casos de dengue diminuíram em 2016 em São Paulo, embora chikungunya e zika ainda sejam desafiadores aos agentes públicos, com aumento na incidência. De olho nisso, Doria terá assessores colhendo informações da área com o objetivo de chegar à prefeitura com a munição necessária para enfrentar o problema. Medidas de assistência social também serão observadas.

A atual gestão adotou procedimentos de combate a essas doenças que incluem a montagem de tendas para atendimento médico, além da fiscalização de casa em casa para destruir focos de criação do mosquito.

No entanto, a cidade tem dezenas de pontos de alagamentos, alguns dos quais sem solução há anos. Na Vila Itaim, extremo leste da cidade, o transbordamento do rio Tietê gera uma mistura de esgoto e água que atrai ratos, aumentando o risco de doenças decorrentes da falta de saneamento, como leptospirose, além de focos de aedes.

Um dique para represar a água do rio, obra que cabe ao governo do Estado, não saiu do papel até o início de 2016, entre outros motivos por causa da necessidade de desapropriar ocupações ilegais.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


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