Folha de S. Paulo


'Essas coisas acontecem', diz Alckmin ao lamentar assassinato de assessor

Arquivo Pessoal
Roberval Andrade Nucci levou um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto em SP
Roberval Andrade Nucci levou um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto em SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lamentou o assassinato de Paulo Roberval Andrade Nucci, 48, ex-assessor da primeira-dama do Estado, Lu Alckmin. Nucci foi morto na manhã desta quarta-feira (7) durante tentativa de assalto na zona oeste da capital.

"Lamento muito, uma pessoa muito querida. Uma tragédia verdadeira", disse Alckmin após desfile das comemorações do Dia da Independência, no Anhembi.

Questionado em seguida se a morte do ex-assessor da primeira-dama não seria um sintoma da segurança pública do Estado de São Paulo, o tucano disse: "A polícia trabalha 24 horas, diuturnamente. [É] a polícia que mais prende. Estamos com 232 mil presos. [É a polícia] que mais reduziu [índices de] homicídios e latrocínios. A que mais reduziu. Nós temos hoje o melhor indicador do Brasil [taxa anualizada de 8,6 homicídios por 100 mil habitantes]. Agora lamentavelmente essas coisas acontecem, e a polícia trabalha e vai pegar os criminosos".

Atualmente, Nucci atuava como assessor de eventos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), comandada pela gestão tucana.

A polícia informou que o crime aconteceu por volta das 6h20 na rua Francisco Alves, na região da Lapa. Ainda segundo a polícia, Nucci estava com a mulher, Paula Guido, quando foram abordados por dois criminosos que exigiram a entrega da moto do casal.

No horário, o casal estava iniciando uma viagem ao Chile, de moto.

Ao desembarcar, a moto caiu no chão, e os bandidos atiraram na cabeça do assessor da CPTM, que morreu no local. A mulher de Nucci não teve ferimentos. Os criminosos fugiram do local sem levar a moto.

De acordo com a CPTM, Nucci havia retornado ao cargo cinco meses atrás, depois de ter trabalhado por um período como assessor no Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, presidido por Lu Alckmin, a primeira-dama do Estado.

"A vida levou hoje a pessoal mais incrível, meu irmão Roberval Andrade Nucci. Estou muito triste, mas Deus olhe por ele. Meu irmão Deus só leva os melhores", escreveu a irmã Claudia Nucci, na rede social do irmão.

Latrocínios, na capital paulista - Dados dos seis primeiros meses deste ano comparados com mesmo período de 2015

ESTATÍSTICAS

De acordo com os mais recentes dados estatísticos divulgados pelo governo paulista, o latrocínio está entre os crimes que mais cresceram na capital em julho deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram seis casos em julho de 2015 na cidade, contra nove registrados há dois meses, um salto de 50%.

Embora estaticamente sejam números baixos, as mortes ocorridas durante roubo são as que mais provocam sensação de insegurança, segundo estudos sobre violência urbana. Eles ligados ao aumento dos roubos -já que latrocínio é considerado como o roubo que não deu certo.

No mesmo mês de julho, o Estado registrou sua sexta alta seguida no número de roubos e a décima vez em 12 meses. O crescimento foi de 1,74% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2015. As ocorrências subiram de 25.488 para 25.932. Na capital, o aumento foi ainda maior nesse mês. Passou de 12.679 para 13.016, crescimento de 2,7%.

O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, tem repetido em suas manifestações públicas que esse quadro de crescimento de roubos está ligado diretamente a situação do país. "O agravamento da crise econômica mostra uma elevação de crimes patrimoniais."


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