Folha de S. Paulo


Gladys Guazzelli Piragine (1927-2016)

Mortes: Guardava 1.200 cartas trocadas com o marido

Arquivo Pessoal
Gladys Guazzelli Piragine (1927-2016)
Gladys Guazzelli Piragine (1927-2016)

Com forte formação religiosa, Gladys Guazzelli Piragine decidiu ainda na juventude o caminho que seguiria: o do convento. O sonho, porém, foi frustrado pelo bispo da região, que não permitiu. Na época, ele a considerou arrimo de família, por conta da deficiência de sua única irmã.

A decisão não a afastou da religião, mas a encaminhou para outros caminhos também. Estudou pedagogia, se tornou professora, se casou.

Nascida em Ribeirão Preto, interior de SP, conheceu o marido, Adônis, na capital paulista durante um curso.

Ao ser questionado sobre a ocasião, ele responde de prontidão, sem pensar: foi em 27 de julho de 1948. Depois até confessa que teve alguns dias de galanteio, mas o primeiro encontro foi mesmo na data mencionada, garante.

Foram dois anos e meio de namoro, em que eles trocaram mais de 1.200 cartas, atualmente guardadas em pastas na casa do casal. Com ela em Ribeirão e ele em Jaú (SP), aproveitavam as mensagens para fazer planos: o casamento, a casa que teriam, os oito filhos. Tudo realizado depois.

Brincalhona, bem humorada, Gladys continuou dedicada à igreja, agora, ao lado do marido. Criou um grupo religioso para casais, fazia reuniões de mulheres em sua casa e dava curso para noivos.

Mas a prioridade era a família sempre reunida. "Era uma casa cheia de amor, um amor louco", diz o marido.

Aos 89 anos, Gladys teve um AVC, no dia 27, exatamente 68 anos após conhecer Adônis. Deixa o marido, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos.

A missa de 7º dia será às 17h do dia 4, na Igreja São José, Jd. Europa, em São Paulo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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