Folha de S. Paulo


Motoristas e cobradores de ônibus suspendem paralisação nesta sexta

Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo suspenderam a paralisação programada para esta sexta-feira (13), das 10h às 12h, em toda a cidade. A categoria exige 5% de aumento, além da correção da inflação, aumento –de R$ 19 para R$ 25– no vale-refeição e R$ 2.000 em participação nos lucros.

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) afirmou que o cancelamento da paralisação ocorreu após reuniões de representantes da categoria com a Prefeitura de São Paulo e alguns empresários de ônibus nesta quinta (12). Caso as reivindicações não sejam atendidas, eles devem realizar paralisação na próxima sexta-feira (20).

"Nosso limite é até o dia 20 de maio e já foi avisado aos empresários e a prefeitura que está guardado na manga um novo plano de lutas caso haja um revés na campanha salarial, ou seja, caso a valorização dos nossos direitos não aconteça como todos nós esperamos", disse Valdevan Noventa, presidente da entidade.

Os empresários de ônibus da cidade vêm exigindo aumento nos repasses às viações. Eles questionam que, mesmo após o aumento da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80 no início deste ano, a administração não só manteve mesmos os subsídios às empresas como vem atrasando os repasses com frequência.

Marlene Bergamo - 19.mai.2015/ Folhapress
O presidente do sindicato, Valdevan Noventa, discursa para a categoria durante manifestação em maio
Presidente do sindicato, Valdevan Noventa, discursa para a categoria durante ato em maio de 2015

Como o reajuste dos trabalhadores ocorre sempre em maio, o SPUrbanuss (sindicato dos donos de viações) já alertou a prefeitura que não pode arcar com o aumento pedido pelos motoristas. A gestão Haddad nega que venha ocorrendo atrasos, mas busca negociar o reajuste com os trabalhadores com o argumento de que não há recursos para os valores exigidos.

O sindicato afirma que a prefeitura sinalizou que deve conceder o reajuste de remuneração às empresas de ônibus previsto para o mês de maio e, com isso, as companhias de ônibus podem prosseguir as negociações com a classe trabalhista.

Em 2015, a prefeitura transferiu às empresas algo em torno de R$ 1,7 bilhão em subsídios, valor que pode chegar a R$ 2,1 bilhões neste ano, mesmo sem o reajuste. Esses subsídios acontecem porque a tarifa paga pelos passageiros não é suficiente para cobrir os custos da operação, já que a administração tem que arcar com as gratuidades para idosos e estudantes, por exemplo.

Desde 2013, parte das empresas (que usa ônibus convencionais e articulados nos grandes corredores viários) atua por meio de aditivo de contrato. Outra parte –os antigos perueiros, que atuam com ônibus menores– trabalha sob contratos emergenciais, já que a licitação que deveria ter sido finalizada no ano passado foi suspensa por recomendação do Tribunal de Contas do Município.


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