Folha de S. Paulo


Sem trens, passageiros ficam ilhados e perdem dia de trabalho na Grande SP

Moradores da Grande São Paulo ficaram ilhados com o fechamento da linha de trem que passa pela cidade durante as enchentes que atingiram a Grande São Paulo nesta sexta-feira (11).

Principal opção de transporte no município, os trens da linha 7-rubi pararam de circular entre 4h e 8h —entre Caieiras e Jundiaí. Milhares de passageiros que saíam para trabalhar ficaram ilhados.

É o caso da estudante de enfermagem Mayara Gomes, 23, é moradora de Francisco Morato. De manhã, não conseguiu chegar à faculdade onde estuda, em Franco da Rocha, cidade vizinha. "Cheguei na estação [Francisco Morato] e ela estava fechada. Estava uma bagunça, ninguém sabia informar nada", disse. Ela desistiu e não foi à aula.

Pelo menos 18 pessoas morreram por causa das chuvas na Grande São Paulo e no interior do Estado.

Já o eletricista Renan Duarte, 31, desistiu de ir ao trabalho quando viu, pela TV, que os trens não estavam funcionando. "Hoje foi feio. Mas acho que meu chefe vai entender".

O também eletricista José Luis do Amaral, 23, teve o problema inverso: demorou 5 h para retornar do trabalho para casa, em Francisco Morato. Ele trabalha à noite em uma obra no Brooklin, zona sul de São Paulo.

"Fiquei quase três horas esperando o trem. Depois, quando embarquei em Perus, demorou mais duas horas para chegar em Francisco Morato. Foi um inferno", disse.

"Eu tinha um compromisso importante em São Paulo às 9h, mas não consegui sair daqui. Cheguei na estação [da CPTM] por volta das 6h e esperei até depois das 8h, mas não tinha trem. Voltei pra casa. Está tudo alagado no centro e não tem ônibus circulando. Melhor ficar em casa", disse a estudante Natalia da Silva Arão Galiasi, 20, que mora em Fraco da Rocha.

Em Caieiras, a praça em frente à estação de trem permanece alagada, com carros submersos. "Eu tive que passar a noite em uma estação da CPTM por causa da chuva. Já era perto da meia-noite quando informaram que não íamos seguir para Caieiras. Voltamos, então, para Perus, onde ficamos até de manhã. As informações eram desencontradas, até que não informaram mais nada. Teve briga, gente passando mal, dormindo no trem e na plataforma. Só seguimos pela manhã", conta a estudante Andressa Paes, 18, que mora em Caieiras.

Por volta das 17h, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informou que os trens ainda circulavam com velocidade reduzida entre Perus e Francisco Morato.

Entre essa estação e Campo Limpo Paulista, os trens não estavam rodando e o transporte era feito por meio de ônibus.

Como acontecem os deslizamentos


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