Folha de S. Paulo


Epicentro da microcefalia, Recife pode ter paralisação de enfermeiros

Em estado de greve desde o dia 17, cerca de 700 enfermeiros da rede municipal de saúde do Recife –capital do Estado epicentro dos casos de microcefalia relacionados ao vírus da zika vão se reunir na próxima quarta-feira (2) para votar a paralisação.

Os enfermeiros são responsáveis pela triagem, administração de medicamentos e acompanhamento dos pacientes em postos, policlínicas, unidades de pronto atendimento e hospitais.

Em meio à epidemia de dengue, e aos inúmeros casos de chikungunya e zika –além do surto de viroses pós-Carnaval–, a tendência, segundo Flavyana Santos, diretora financeira do Seepe (Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco), é que os profissionais decidam pela greve.

As doenças são provocadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

"Queremos que a população entenda que nós estamos lutando por eles, que têm que enfrentar emergências lotadas, sem estrutura adequada, sem medicação. Vivemos um período delicado, mas estamos cobrando o reajuste prometido pela prefeitura, que garantiu por lei que teríamos no dia 1º de janeiro", afirmou a diretora.

Além de reivindicarem um reajuste salarial de 13,19% e aumento de 18,53% no vale-alimentação, os enfermeiros pedem melhores condições de trabalho, aumento do efetivo na rede e a implantação de um novo plano de cargos e carreiras. A Prefeitura do Recife disse que propôs um reajuste salarial de 7,5%, mas os servidores pedem 10,6%.

"Fechamos as zonas de classificação de riscos das policlínicas que têm emergência porque se quer temos pia para lavar as mãos. Também faltam medicamentos básicos como soro de reidratação oral", disse Flavyana Santos.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique na foto e veja o especial sobre o vírus da zika e microcefalia
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