Folha de S. Paulo


Hospitais do Rio terão reforços de quase 2.500 servidores, diz Saúde

Com a saúde do Rio em crise, o Ministério da Saúde vai contratar temporariamente 2.493 servidores para os seis hospitais federais do Estado. Eles devem começar a trabalhar no dia 1° de fevereiro.

O anúncio foi feito pelo Secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Alberto Beltrame, nesta quinta-feira (7), no Rio. As contratações custarão R$130,9 milhões em recursos do Ministério. As inscrições já estão abertas e vão até dia 22 de janeiro.

Os servidores – médicos, enfermeiros, técnicos – serão convocados em regime de urgência e terão contratos temporários de seis meses, renováveis por até dois anos.

Servidores de hospitais federais criticam o caráter temporário da medida e dizem que ela é insuficiente. Argumentam que é preciso abrir concursos para vagas fixas nos hospitais federais do Rio, que, segundo eles, sofrem de falta de pessoal e materiais médicos.

Dos 2.493 postos abertos, 1.570 vêm substituir profissionais cujos contratos vencerão em fevereiro. Os outros 923 são novas vagas. O Ministério quer contratar 693 médicos, 605 enfermeiros, 580 técnicos de enfermagem, 341 analistas de gestão e 274 técnicos de suporte.

Segundo o secretário Beltrame, as contratações permitirão a ativação de 34 leitos de UTI, 120 leitos cirúrgicos, a realização de mais 3.600 internações e o mesmo número de cirurgias por ano. "Equivale a abrir um novo hospital de médio porte", disse o secretário.

22.dez.2015/Mauro Pimentel/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, 22.12.2015: HOSPITAL ALBERT SCHWEITZER - Mulher reclama da falta de medicamentos e ate de gases na entrada do hospital estadual Albert Schweitzer em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Funcionarios estar reclamando de falta de insumos e salarios atrasados. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Mulher reclama da falta de medicamentos no hospital Albert Schweitzer, na zona oeste do Rio

CRISE

O Rio enfrenta grave crise financeira, que afetou drasticamente a saúde do Estado. Em dezembro, o sistema estadual entrou em colapso pelo fato de o governo não ter pago fornecedores. A dívida chega a R$1,4 bilhão. Emergências tiveram que ser fechadas.

No dia 23 daquele mês, o governo federal anunciou repasse de R$135 milhões ao Estado e mais R$20 milhões em insumos. A Prefeitura do Rio assumiu a gestão de dois hospitais na zona oeste, uma das regiões mais carentes da cidade.


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