Folha de S. Paulo


Após pressão, nova lei reduz prédios na Vila Madalena e Sumarezinho

Após protestos de associações de moradores, a nova lei de zoneamento elaborada pela gestão Fernando Haddad (PT) sofrerá uma alteração que prevê reduzir as áreas de expansão imobiliária nos bairros Vila Madalena e Sumarezinho (zona oeste).

A lei municipal define o que pode ser construído e que tipo de de atividade pode existir em cada rua da cidade.

Após cerca de 50 audiências públicas ao longo do ano, o projeto pode ser votado em primeira discussão nesta quinta-feira (10), mas com uma série de mudanças em relação ao texto original, entre elas a proibição de motéis, drive-in, flats e abrigos para menores em áreas próximas a residências.

O texto de Haddad previa que uma área 700 mil m² pudesse ser verticalizada nesses bairros.

Após as queixas, a área que poderá receber novos prédios será de 400 mil m², segundo informou nesta quarta-feira (9) o jornal "O Estado de S. Paulo".

Com isso, cerca de 20 quadras serão poupadas de novos espigões.

Segundo o vereador José Police Neto, as áreas beneficiadas estão no entorno de estações do metrô e corredores de transporte.

A intenção é preservar vilas residenciais e ruas de baixa circulação de veículos.

MOTÉIS E ALBERGUES

Segundo o relator do projeto, vereador Paulo Frange (PTB), outra alteração importante será a proibição de motéis e albergues perto de áreas residenciais.

Após pressão de associações de moradores da cidade, foi incluído no projeto um trecho que barra empreendimentos do tipo.

O veto se estende a flats, pensões, escolas de ensino à distância, supletivos e cursos preparatórios.

A mudança vale para as chamadas Zcor (corredores viários que passam por zonas residenciais).

Empreendimentos do gênero só poderão ser feitos nas chamadas zonas mistas (que misturam comércios e residências).

A gestão Haddad quer que a nova lei –que faz uma revisão da atual, vigente desde 2004– seja aprovada até o fim deste ano.

Porém, não há acordo entre os vereadores nem sequer para aprovar em primeira votação nesta quinta.

O projeto para o novo zoneamento geriu uma série de críticas de grupos de moradores em toda cidade. Em áreas nobres como Jardins, houve protestos para impedir a ampliação de corredores comerciais nas proximidades das zonas estritamente residenciais.

A Ame Jardins (associação de moradores da região) fez uma campanha para que fossem vetados estabelecimentos comerciais ali.

Além de fazer pressão em audiências públicas, a entidade espalhou faixas nos casarões de bairros como Jardim Europa em protesto contra a ampliação do comércio.


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