Folha de S. Paulo


Exército 'caça' mosquito da dengue em bairros com maior nº da doença em SP

Um grupo de 50 militares do Exército inicia nesta quinta-feira (23) uma operação de apoio à Prefeitura de São Paulo no combate à dengue. No primeiro dia da ação, ele se dividiu em dois turnos para atuar no bairro do Limão, na zona norte.

A região concentra a maior parte dos casos confirmados da doença na capital paulista em 2015.

Cada militar vai atuar em dupla com um agente de zoonoses durante as visitas aos imóveis. A intenção é, além de reforçar as equipes de combate ao mosquito transmissor, convencer pessoas resistentes às visitas dos profissionais da prefeitura.

O coronel do Exército Ricardo Carmona diz que a operação não tem prazo para ser encerrada. "Em princípio, vai durar 30 dias, mas pode ser prorrogada", afirma.

O militar diz que o Exército já trabalha no combate à dengue no Estado desde o início de abril. "No interior são 580 soldados. Nossa meta é cada dupla vistoriar pelo menos 25 residências por dia", afirma.

O Exército também disponibilizou, a pedido da prefeitura, dez médicos para atuar em UBSs (Unidade Básica de saúde).

QUE CHIQUE

O soldado Victor Benevides, 19, trabalha no setor de relações públicas do Exército e diz que esta é a primeira vez que faz esse tipo de trabalho. "Nós tivemos ontem (22) aulas com biólogos do centro de zoonoses. Aprendemos a eliminar todos os tipos de foco, a orientar as famílias e sobre o mosquito", conta.

Benevides foi muito bem recebido pela diretora cultural Marisa Rosetto, 57, durante a visita na casa dela nesta manhã. "Que chique. Gente, o Exército veio na minha casa. Podem entrar, vocês mandam no nosso país", disse com euforia.

Ela disse que alguns vizinhos dela tratam mal os agentes que combatem a dengue. "Tem pessoas que dizem que estão de saída, fingem que não estão ou simplesmente não abrem o portão. É uma falta de respeito."

O agente de zoonoses Mauricio Kattarow, 47, trabalha o ano todo no combate à dengue e diz que há muita resistência de moradores. "Tem gente que abre só uma fresta da cortina, mas fecha quando vê que é a gente. O respeito ao Exército vai nos ajudar muito", afirma.

Editoria de Arte/Folhapress

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