Folha de S. Paulo


28 hospitais participarão de projeto para conter 'epidemia de cesáreas'

Diante do que o ministro Arthur Chioro (Saúde) classifica como uma "epidemia de cesáreas" no Brasil, foram anunciados nesta sexta-feira (27) os 28 hospitais que participarão de um projeto-piloto para resgatar a prática do parto normal.

Atualmente, 84% dos partos feitos em hospitais particulares no Brasil são cesáreas. Na rede pública, são 40%. Na Europa e nos EUA, a taxa fica em torno dos 30%. A Organização Mundial da Saúde, porém, recomenda um índice de 15%.

Segundo o Ministério da Saúde, a cesárea aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o bebê e triplica o risco de morte da mãe.

O Programa Parto Adequado é uma iniciativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), do Hospital Albert Einstein e do instituto americano com presença em vários países IHI (Institute for Healthcare Improvement).

Estão inscritas 23 instituições privadas, principal foco do programa, e cinco públicas, em 12 Estados. Mais 16 hospitais que se inscreveram formarão um grupo de seguidores, que terão acesso a vídeo-aulas.

O objetivo é aumentar a oportunidade de realização do parto normal. Os hospitais serão instruídos a adotar três modelos.

No primeiro, o parto poderá ser realizado pelo plantonista do hospital. No segundo, plantonista ou enfermeira obstetra acompanharão o trabalho de parto e o médico será chamado apenas quando o bebê estiver perto de nascer.

No terceiro, a gravidez será acompanhada não apenas pelo médico, mas por uma equipe de três ou mais médicos ou enfermeiras obstetras. Haverá sempre um membro da equipe de sobreaviso e, quando chegar a hora do parto, essa pessoa será acionada para realizá-lo.

A implementação do programa pode trazer custos para alguns hospitais, como contratação de mais profissionais e obras –um dos principais problemas hoje é a falta de leitos obstétricos.

A metodologia foi desenvolvida pelo IHI. Funcionários do Albert Einstein serão responsáveis por capacitar os profissionais.

Já a ANS vai coordenar e monitorar o programa, divulgando resultados e fazendo articulação com as operadoras.


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