Folha de S. Paulo


Há cinco dias sem água, moradores da Vila Nova Conceição recorrem à chuva

Moradores e comerciantes da Vila Nova Conceição, zona sul da capital, relatam que a região está sem abastecimento de água desde segunda (2). A área atingida está entre as avenidas Santo Amaro e Hélio Pelegrino, passando pela rua Afonso Braz.

Na tarde deste sábado (7), o empresário Robson Siqueira Inácio decidiu juntar água da chuva em baldes para conseguir retomar algumas atividades da casa.

"Não sei o que é um banho de verdade há três dias", diz ele, que vive com mais duas pessoas na rua Gararu.

Robson Siqueira Inácio/Arquivo Pessoal
Moradores da rua Gararu, na Vila Nova Conceição, coletam água da chuva para usar em casa
Moradores da rua Gararu, na Vila Nova Conceição, coletam água da chuva para usar em casa

Inácio tem uma fábrica no térreo da residência, e teve de dispensar os quatro funcionários do trabalho desde quarta (4).

Maria Helena Ferreira dos Santos está comprando água mineral para suprir os afazeres domésticos.

A reserva que a moradora tinha com a d'água, tanque e máquina de lavar acabou na sexta (6).

"Não temos mais água para a descarga. Ligamos para a Sabesp cerca de quatro vezes por dia e eles afirmam que não tem registro de falta d'água na região."

Robson Siqueira Inácio/Arquivo Pessoal
Moradores da rua Gararu, na Vila Nova Conceição, estão sem água há cinco dias
Moradores da rua Gararu, na Vila Nova Conceição, estão sem água há cinco dias

Ana Maria Cansalash, responsável por um petshop na rua rua Coronel Artur de Paula Ferreira, passou a última sexta com o comércio de portas fechadas.

"O prejuízo é de mais de R$ 2.000", diz.

Para abrir a loja neste sábado (7), a solução foi acumular água da chuva, com baldes e bacias durante a sexta.

"Estamos pensando em fazer um sistema para a captação da chuva, se não com essa crise vamos fechar".

OUTRO LADO

Segundo a Sabesp, as regiões dos moradores estão, assim como o restante da grande São Paulo, "sujeitos a manobras de redução de pressão para combate a perdas de água."

A companhia explica que está sendo feita uma reavaliação no período de redução de pressão em determinados pontos da cidade, porque alguns locais não conseguem, muitas vezes, receber água em tempo de encher as caixas, por estarem em pontos mais altos e distantes das estações.

A empresa diz que, a partir dos ajustes, "estes locais devem voltar a ser abastecidos normalmente em breve".


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