Folha de S. Paulo


Câmara de SP vai convidar Alckmin e Haddad para falar sobre crise da água

Na volta do recesso parlamentar na Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (3), vereadores do PT colheram assinaturas para convidar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) a comparecer à Casa.

Os parlamentares querem que os dois políticos expliquem como pretendem enfrentar a crise hídrica em São Paulo.

"Queremos que eles expliquem quais serão as providências que serão tomadas com rapidez em relação à falta de água. Alguns bairros estão há cinco dias sem água, falta água todos os dias na minha casa. Estamos preocupados com as escolas, creches, equipamentos públicos que não podem ficar sem água", diz o vereador Alfredinho, líder do PT na Câmara.

O documento teve 30 assinaturas de diversos partidos da Câmara. Parlamentares do PSDB, partido de Alckmin, não assinaram.

O convite será enviado a Haddad e Alckmin ainda nesta semana, segundo Alfredinho.

O vereador Andrea Matarazzo (PSDB) criticou o convite. "É uma coisa meio sem sentido nessa altura do campeonato. Se querem uma informação mais técnica, que chamem técnicos, e não o governador do Estado e o prefeito. Me parece uma iniciativa política, mais uma tentativa de politizar o assunto do qualquer ação objetiva", diz o tucano.

MULTA

Os vereadores deixaram para esta quarta-feira (4) a votação do projeto de lei que autoriza a prefeitura a multar em R$ 1.000 pessoas que lavem calçadas ou carros com água tratada. O valor dobraria a cada reincidência.

Elaborado por integrantes da CPI da Sabesp, que tramitou na Casa no ano passado, o projeto é parecido com o que o prefeito Fernando Haddad (PT) estuda apresentar. Porém, diferentemente do idealizado pelo prefeito, o texto prevê a autuação no momento do flagrante.

Assessores de Haddad discutem a possibilidade de uma advertência antes da multa.

Vereadores do PT, como Alfredinho e Paulo Fiorilo, disseram ser contra a multa na tarde desta terça.

"A população será punida duas vezes. Uma porque não tem água. Punida a segunda vez porque fica sem água e, quando ela chega, quer usar um pouco mais. Ninguém está lavando a calçada. A população está preocupada e está tomando atitudes [para diminuir o consumo]", afirmou Alfredinho.

Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress


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