Folha de S. Paulo


Governo de PE decreta estado de emergência no sistema penitenciário

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), decretou nesta quinta-feira (29) estado de emergência no sistema penitenciário do Estado e criou uma força-tarefa para tentar resolver a situação dos presídios pernambucanos.

Na semana passada, três pessoas morreram durante um motim no Complexo Penitenciário do Curado, no Recife. Um preso chegou a ser decapitado no local, na terça-feira (20). No mesmo dia, uma rebelião foi debelada na penitenciária Prof. Barreto Campelo, em Itamaracá, na região metropolitana da capital.

Como parte das medidas, o governo de Pernambuco também nomeou nesta quinta um interventor para o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, obra lançada ainda na gestão de Eduardo Campos (1965-2014) –antecessor e mentor de Câmara– e que foi abandonada. A ideia é avaliar os prejuízos e definir um plano para concluir o presídio.

Edmar Melo-20.jan.2015/JC Imagem
Com facões, presos do presídio de Curado, no Recife, protestam por melhores condições
Com facões, presos do presídio de Curado, no Recife, protestam por melhores condições

Iniciada em 2009 como a "maior e mais completa PPP (Parceria Público-Privada) prisional do Brasil", segundo o governo da época, a construção, cuja previsão inicial de entrega era para 2011, está parada desde 2012, após falência do consórcio responsável pela obra.

Itaquitinga deveria receber 3.126 presos. Até o ano passado, a construção já havia consumido cerca de R$ 350 milhões –o orçamento inicial era de R$ 287 milhões. O presídio deixou ainda dívidas trabalhistas com fornecedores em torno de R$ 100 milhões.

Segundo a assessoria do governo, a força-tarefa irá mobilizar nove secretarias e, a cada 30 dias, terá de apresentar um relatório sobre suas atividades ao governador. O decreto de emergência tem validade de 180 dias.

MEDIDAS

Após a rebelião no presídio de Curado, na semana passada, o governo de Pernambuco anunciou medidas como a contratação de 132 agentes de segurança penitenciária, instalação de alambrados e construção de um muro no local. O complexo também deve ser ampliado num prazo de 180 dias.

Foram prometidas também nos próximos meses as entregas do presídio de Santa Cruz do Capibaribe, com capacidade para 186 presos, e do Complexo Prisional de Tacaimbó, com 676 vagas. Hoje, o Estado tem 12 mil vagas para 32 mil presos.


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