Folha de S. Paulo


'Marco não era herói, era traficante', diz ex-ministra dos Direitos Humanos

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, se manifestou neste domingo (18) sobre Marco Archer Cardoso Moreira, 53, brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas. Ele foi executado na Indonésia no sábado (17). Em sua conta no Twitter, a deputada ressalta que ele não era herói, e sim traficante.

Depois de morto, Marco foi cremado, e seus familiares devem trazer as cinzas ao Rio de Janeiro.

"Fui contra a execução. Sou contra a pena de morte", disse ela no microblog. "Mas que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante."

Marco foi preso em 2003 tentando entrar na Indonésia com 13,4 kg de cocaína. Ele foi executado pelo governo da Indonésia após ter dois pedidos de clemência negados.

A execução foi por volta de 15h30 de sábado (17), horário de Brasília, e a morte foi declarada dez minutos depois, por um médico presente. Além do brasileiro, outras cinco pessoas também foram mortas –todas elas condenadas pelo crime de tráfico de drogas.

14.jan.2015/Divulgação
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, na quarta
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, na quarta

Após o fuzilamento, a Anistia Internacional manifestou seu repúdio à execução. No seu site oficial, o órgão publicou uma nota na qual classifica a pena de morte como um retrocesso para os direitos humanos na Indonésia. "A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso", disse, em nota, Rupert Abbott, diretor de pesquisa sobre a região do Sudeste Asiático e Pacifico da Anistia Internacional.

Marco morreu com um único tiro, disparado contra o peito, segundo com Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral do país asiático.

O brasileiro foi amarrado a uma estaca, assim como os outros cinco executados. Ele foi o segundo dos seis a morrer.

A presidente Dilma disse que ficou "consternada e indignada" após a execução, e convocou o embaixador brasileiro no país para "consultas" -medida que, na linguagem diplomática, é considerada uma repreensão.

Um segundo brasileiro, Rodrigo Gularte, também condenado por tráfico, está na mesma situação, mas ainda não teve sua execução marcada.


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