A aliança firmada entre o prefeito Fernando Haddad (PT) e o peemedebista Gabriel Chalita alarmou pré-candidatos do PSDB às eleições municipais em São Paulo, no ano que vem.
O receio é de que a boa relação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) com Chalita –eles são amigos há anos– possa comprometer o empenho do tucano em uma candidatura de seu partido a prefeito da capital.
Integrantes do PSDB acreditam que, pelo perfil de Alckmin e a relação pessoal que o governador e sua mulher, Lu Alckmin, mantém com Chalita, o tucano poderá optar por uma postura mais "neutra" na eleição da capital.
Há ainda o fato de que o governador e Haddad têm atuado de maneira afinada desde que o petista se elegeu, em 2012.
Chalita foi secretário de Educação de Alckmin de 2003 a 2006. O governador costuma defender o legado do peemedebista na área –cuja atuação foi criticada internamente inclusive pelos que o sucederam no cargo– e costuma se referir a Chalita como um homem "predestinado" à política.
Na última quinta-feira (8), Haddad convidou Chalita para ser seu novo secretário de Educação, dando desfecho a uma negociação que começou no ano passado entre os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente da República, Michel Temer, principal mandatário do PMDB.
A ida de Chalita para o governo selaria o apoio do PMDB à reeleição de Haddad, desde que o acerto garanta ao partido a vaga de vice do prefeito no próximo mandato. Hoje, a vice de Haddad é do PC do B. Se a articulação vingar, o favorito para ficar com o posto é o próprio Chalita.
A operação barraria ainda especulações em torno de uma candidatura da senadora Marta Suplicy (PT-SP) à Prefeitura em 2016 pelo PMDB. A petista vem se afastando de seu partido, fazendo críticas públicas à legenda em que milita há quase 32 anos.
Selando o apoio do PMDB a Haddad, Lula fechou uma das portas na qual Marta poderia bater caso decida mesmo abandonar o PT. Com isso, a ex-prefeita passou a manter conversas com partidos como o PSB e o Solidariedade.