Folha de S. Paulo


'Corte noturno' de água deu sobrevida ao sistema Cantareira

A redução da pressão usada para distribuir água na rede de abastecimento da Grande São Paulo foi até agora a principal estratégia de economia para o sistema Cantareira.

Esse recurso, utilizado pela Sabesp muitas vezes sem aviso prévio, deixou milhares de casas sem água durante noites e madrugadas.

Ao mesmo tempo, ao "empurrar" menos água pelos canos, a estratégia reduziu o desperdício no sistema.

De dia, em especial nos horários de pico, a água precisa circular com alta pressão para chegar a todas as torneiras. Mas à noite essa pressão associada a torneiras fechadas é a receita ideal para que a água escape pelos canos.

Dados da Sabesp mostram que, por causa dessa ação, desde fevereiro 5,3 m³/s de água deixaram de sair do Cantareira, que antes da crise atendia 8,8 milhões de pessoas –agora são 6,5 milhões.

No ranking da redução da vazão do Cantareira, que, em nove meses, passou de 31,8 m³/s para 18,5 m³/s, outras duas ações se destacam: 1) casas antes atendidas pelo manancial passaram a receber água de outros sistemas, o que baixou a retirada do Cantareira em 4,3 m³/s; 2) quem reduziu o consumo passou a receber um bônus na conta de água, desconto que provocou uma redução de 3 m³/s no sistema.

Neste sábado (13), mesmo após a chuva dos últimos dias, o nível do sistema Cantareira voltou a cair –de 7,5% para 7,4% da capacidade. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) cogita sobretaxa a quem elevar o consumo de água.

Editoria de Arte/Folhapress

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