Folha de S. Paulo


Número de feridos em acidentes de trânsito no país cresce há 5 anos

Enquanto as mortes caíram em 2013, o número de feridos em acidentes de trânsito sobe sem parar há cinco anos.

Foram 170,8 mil internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em 2013, ante 159,2 mil no ano anterior –aumento de 7%.

Segundo especialistas, isso atesta que o trânsito pode estar ficando menos fatal, mas ainda é muito violento.

"A morte choca mais, comove as pessoas. Mas, do ponto de vista econômico, os acidentes com feridos trazem impacto muito mais imediato", analisa José Aurélio Ramalho, do Observatório Nacional de Segurança Viária.

A maioria dos feridos é homem (78%) e jovem (28% têm de 20 a 29 anos), o que impacta diretamente a produtividade do país.

Dados do Dpvat (seguro obrigatório) apontam que a quantidade de pessoas com invalidez permanente por acidentes cresceu 26%.

Considerando só o custo das internações, o sistema de saúde gasta mais de R$ 200 milhões/ano com acidentes.

Editoria de Arte/Folhapress

BILHÕES

Um cálculo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) que inclui gastos com reabilitação, previdência e redução da força de trabalho, por exemplo, estima que o impacto dos acidentes esteja na casa de R$ 45 bilhões ao ano -valor semelhante ao orçamento da Prefeitura de São Paulo.

Para Ramalho, a saída para reduzir os acidentes está na mudança do processo de formação dos motoristas.

"Estamos adestrando os condutores, e não educando. Na autoescola se aprende nome de placa e que não pode avançar sobre a faixa porque dá multa, e não porque pode matar um pedestre", diz.

Ele defende que seja criada uma lei de diretrizes nacionais, a exemplo da que existe para o ensino regular. "Existe solução, mas o poder público não está discutindo isso."


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