Com o agravamento da crise no sistema Cantareira, que chegou a 3,3% de sua capacidade nesta terça-feira (21), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende colocar em vigor em novembro dois novos bônus para quem economizar água nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas (a 93 km da capital paulista).
Nesta terça-feira (21), o Conselho Diretor da Sabesp, responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, aprovou proposta do governo estadual de conceder a redução na conta de água para os que não atingirem o patamar de 20%, necessário para obter o atual desconto de 30%.
Pelas novas regras, o bônus antigo continua em vigor, mas quem conseguir economizar de 10% a 15%, ganhará uma redução de 10% na conta de água. Se o consumo cair de 15% a 20%, o desconto será de 20%.
O governo estadual chegou a informar mais cedo que o desconto para quem reduzir o consumo de 15% a 20% seria de 15%, mas a informação foi corrigida pela Sabesp no final do dia.
A proposta será enviada agora para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia), que definirá a data para a iniciativa entrar em vigor.
O esforço do governo estadual é para que as novas faixas passem a valer no mês que vem. Assim, o desconto já seria concedido na conta de água de dezembro.
Na semana passada, entretanto, Alckmin havia dito que o desconto seria concedido de forma escalonada para quem economizasse abaixo de 20%.
A proposta chegou a ser sugerida para a Sabesp, mas, segundo a Folha apurou, os técnicos da empresa avaliaram que a iniciativa teria um custo muito grande e, portanto, considerado inviável financeiramente.
A empresa apresenta atualmente um rombo financeiro de RS 1,3 bilhão, o que tem levado o atual governo estadual a estudar o repasse desse prejuízo ao consumidor.
Sem adotar o rodízio no abastecimento, o bônus é uma das principais medidas do governo para a redução do consumo de água na crise.
O objetivo do novo modelo é motivar as pessoas que não têm conseguido atingir a meta atual a continuarem economizando.
Em setembro, 26% dos usuários reduziram o consumo, mas não chegaram ao patamar exigido. Outros 49% conseguiram o bônus e 25% gastaram mais água.
Nesta segunda-feira (20), Alckmin passou o dia em reunião com a equipe de governo para definir as novas regras e discutir os prazos para entrar em vigor.
A previsão da administração estadual é de que, caso não chova o suficiente nas próximas semanas, a segunda cota do volume morto comece a ser utilizada a partir do mês que vem.
Veja as cidades em que valerão os novos descontos:
Região metropolitana de São Paulo: São Paulo, Arujá, Barueri, Biritiba-Mirim, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Mogi das Cruzes (bairros da divisa), Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo, Suzano, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista
Região metropolitana de Campinas e região bragantina: Bragança Paulista, Hortolândia, Itatiba, Joanópolis, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Paulínia, Pinhalzinho, Piracaia e Vargem.