Folha de S. Paulo


Ataques em Santa Catarina chegam a 108; polícia prende três

Cenário de uma onda de violência desde o último dia 26, Santa Catarina já soma 108 ataques criminosos, a maioria contra alvos ligados à segurança pública.

Segundo relatório da Polícia Militar, desde sexta feira (10) houve seis ataques, nas cidades de Camboriú, Blumenau, São Bento do Sul, Itapema, Aranguá e Lages.

Em Camboriú, a casa de um policial foi atingida por quatro disparos na noite de sexta, efetuados por dois homens em uma moto.

Em Blumenau, um morador presenciou dois homens atirarem uma bomba caseira numa ponte. O foco de incêndio foi controlado pelo morador com uma mangueira.

No sábado (11) pela manhã, um caminhão de mudança com carga na carroceria foi incendiado em São Bento do Sul. Em Itapema, um veículo particular teve a frente incendiada. Testemunhas ouviram uma moto saindo do local após o fato.

Na madrugada de domingo, em Aranguá, houve tentativa de incêndio no pátio de uma empresa de guinchos que realiza serviços para a PM. Um Golf vermelho fugiu do local abandonando um galão de gasolina em chamas, apagado por um funcionário do pátio.

Em Lages, a casa de um agente prisional foi alvo de um coquetel molotov, que quebrou mas não chegou a produzir fogo.

Na sexta-feira, um homem foi preso em Imbituba sob suspeita de participar de ataques. Ele estava foragido da Colônia Penal Agrícola de Palhoça e suspeita-se que seja integrante de uma organização criminosa.

Na madrugada de domingo, um trabalho de inteligência da PM resultou na prisão do suposto tesoureiro do PGC (Primeiro Grupo Catarinense), a facção que atua em presídios do Estado e é suspeita de ordenar os ataques.

A prisão ocorreu durante uma festa num sítio em Balneário Camboriú, que teria como objetivo arrecadar recursos para a facção. No local foram presas duas pessoas, sendo uma deles um homem conhecido como Gil, suposto tesoureiro do PGC na região. Houve apreensão de drogas e dinheiro, segundo a PM.

Com essas prisões, chegou a 60 o número de adultos presos desde o início da onda de ataques –18 adolescentes foram apreendidos.

Há registro de ataques a 41 ônibus, que foram incendiados ou depredados. Oito bases policiais, cinco carros da corporação e as casas de 26 agentes de segurança foram atacadas. Um agente de segurança foi morto e dois suspeitos morreram em confrontos com policiais.

Desde a última quarta-feira (8), policiais da Força Nacional e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) reforçam barreiras montadas em estradas catarinenses a fim de impedir a entrada de armas e drogas no Estado.


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