Folha de S. Paulo


Arma de publicitário que matou zelador foi usada em crime no Rio, diz polícia

A polícia diz que a arma do publicitário suspeito de matar o zelador do prédio onde morava, na zona norte da capital, foi utilizada em um crime ocorrido em 2005 no Rio de Janeiro.

Segundo a polícia, perícia feita na arma e no silenciador encontrados na casa do publicitário Eduardo Martins, 47, e da mulher dele, a advogada Ieda Martins, 42, foram utilizados para assassinar o ex-marido de Ieda, José Jair Farias. O casal está preso.

Farias foi morto a tiros em dezembro de 2005, na zona oeste do Rio. Ele estava dentro do carro, em frente à sua empresa de fabricação de postes. Familiares disseram que R$ 100 mil em dinheiro, sacados para pagamento de funcionários, sumiram.

Ieda e Martins, casados há cerca de dez anos, tiveram o sigilo bancário quebrado na época, mas a polícia não encontrou evidências de crime.

Marco Ambrosio/Folhapress
O publicitário Eduardo Tadeu Martins, 47, é preso em Praia Grande (litoral de SP) sob suspeita de matar o zelador de seu prédio
O publicitário é preso em Praia Grande (litoral de SP) sob suspeita de matar o zelador de seu prédio

O casal foi investigado devido a uma ocorrência registrada em 2002 pelo empresário contra o publicitário, por ameaças de morte.

Após a divulgação da morte do zelador, familiares do empresário entregaram à polícia do Rio uma gravação que disseram ser de conversa entre Farias e Ieda, em 2005.

A mulher pede R$ 3.000 para liberar uma visita do empresário ao filho que tiveram juntos -hoje com 18 anos.

Também foram entregues anotações indicando quantias dadas por Farias à ex-mulher e a informação de que Martins tinha uma arma.

Na casa do publicitário a polícia apreendeu duas armas - uma no apartamento do casal e a outra na casa em Praia Grande (litoral de São Paulo) onde Martins foi flagrado queimando partes do corpo do zelador Jezi Souza, 69.

A morte de Souza aconteceu no dia 30 de maio, no prédio da Casa Verde (zona norte de São Paulo) onde o casal morava,

O publicitário afirmou que a morte do zelador foi acidental, quando este bateu a cabeça no batente da porta durante troca de socos. Martins inocentou Ieda, mas ela teve a prisão decretada por conta das suspeitas de participação na morte do ex-marido.

Martins disse à polícia que usou um serrote para cortar o corpo, que queimou.

O CRIME

Imagens do circuito interno do edifício registram os últimos momentos em vida do zelador. No elevador, ele se preparava para entregar correspondências nos apartamentos. Eduardo, que morava no 11º andar, disse à polícia que discutiu e brigou com o zelador naquela tarde.

Segundo relatos do próprio publicitário e da família do zelador, eles discutiam com frequência por motivos banais, como a entrega de jornais e vagas na garagem do prédio.

O zelador havia registrado no livro interno de ocorrências do condomínio um relato de ameaça feita pelo publicitário.


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