Chegou ao fim nesta sexta-feira (27) a greve de cobradores de ônibus em Curitiba, que deixou o transporte público da cidade paralisado durante todo o dia.
Um acordo na Justiça do Trabalho pôs fim ao movimento. Os ônibus devem voltar a circular às 0h de sábado (28).
Os cobradores, que reivindicam melhores condições de trabalho e reclamam da falta de lugar até para fazer xixi, estavam em greve desde quinta-feira (26).
No primeiro dia, com jogo da Copa em Curitiba, os ônibus circularam com catraca livre, por decisão da prefeitura, que temia transtornos aos moradores e turistas, além de danos à imagem da cidade.
Já nesta sexta, a prefeitura afirmou que "não era possível prosseguir sustentando o sistema" sem cobrança de passagem, e os veículos não operaram.
À tarde, parte da frota voltou às ruas, por ordem da Justiça, mas apenas 43% dela circulava até o final do dia, segundo a prefeitura.
Liberar as catracas no dia anterior custou cerca de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos municipais. Cerca de dois milhões de pessoas usam os ônibus de Curitiba diariamente.
MELHORIAS
O acordo da Justiça determinou que sejam feitas melhorias imediatas nas estações-tubo de Curitiba, ponto de embarque dos ônibus e onde trabalha boa parte dos cobradores.
Eles reclamam da falta de água e banheiro e das péssimas condições térmicas -com estrutura de aço e vidro, as estações viram uma estufa no verão e, por serem abertas, ficam geladas no inverno.
A categoria também se queixa dos descontos salariais por assaltos aos ônibus, multas sem fundamento e trocas de escalas de trabalho sem aviso.
A própria desembargadora Ana Carolina Zaina, que mediou o acordo no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), informou numa decisão que há indícios de que os cobradores enfrentam "uma grave crise ambiental trabalhista de natureza física e também desumanizante, haja vista sobretudo a ausência de sanitários e de água potável".
Os cobradores não terão descontados os dias de greve de seus salários.