Folha de S. Paulo


Para Gilberto Carvalho, greve de ônibus em São Paulo é irresponsabilidade

O ministro Gilberto Carvalho definiu nesta quarta-feira (21) como irresponsabilidade a greve de motoristas de ônibus em São Paulo, que gerou um caos no trânsito paulista e, no segundo dia, já fechou 12 terminais.

"Há coisas legítimas e outras irresponsáveis como foi o caso a greve de ônibus em São Paulo ontem e hoje. Eu acho que, infelizmente, é uma irresponsabilidade", disse Carvalho, após ser questionado sobre o caso no Palácio do Planalto, em Brasília.

Na opinião o ministro, "se fizerem isso durante a Copa, elas vão ter uma grande reprovação popular". "As pessoas não vão simplesmente aceitar que categorias profissionais, por um interesse localizado, prejudiquem o conjunto da população, em um momento tão importante pro Brasil", afirmou.

Carvalho afirmou que confia na maturidade das pessoas e também na pressão popular contra este tipo de comportamento. "A [proteção] da Arena Corinthians foi uma primeira demonstração. Vai haver um incomodo crescente da sociedade contra este tipo de manifestação, sobretudo quando elas beiram a irresponsabilidade, como aconteceu agora em São Paulo na questão dos ônibus".

Esse é o segundo dia consecutivo que um grupo dissidente do sindicato dos motoristas e cobradores realiza um protesto na cidade. Eles não concordam com um acordo salarial firmado entre a entidade que representa a categoria e as empresas de ônibus.

PUNIÇÃO

O secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, afirmou nesta quarta que a prefeitura poderá punir as empresas de transporte caso haja indicação de envolvimento delas no protesto. Ele disse também que irá se reunir com o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella Vieira, para que a PM ajude na crise deflagrada na capital paulista.

A Polícia Civil, por sua vez, instaurou inquérito para apurar a eventual ocorrência de crime na manifestação promovida pelos motoristas de ônibus.

O prefeito Fernando Haddad (PT) usou os termos "sabotagem" e "guerrilha" para se referir à paralisação da terça-feira (20), que fechou 16 terminais de ônibus, prejudicou ao menos 250 mil passageiros e travou a cidade.


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