O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse, na manhã de hoje (1º), durante inauguração de uma companhia da Polícia Militar em Niterói, na região metropolitana do Rio, que pedirá o envio de criminosos que matarem policiais para unidades federais. Segundo ele, é preciso ainda se pensar em uma revisão penal para que traficantes detidos pela polícia fiquem mais tempo presos e não sejam mais beneficiados pela lei ou retornem para as comunidades que dominavam anteriormente.
"Tem que ter outro tipo de pena e mandá-los para unidades federais bem longe, em Rondônia. Tenham certeza que o que não vou fazer é demagogia com a segurança pública. O Beltrame [José Mariano, secretário de Segurança do Rio] diz que segurança pública não dava voto. Dava sim. Só que eles faziam acordos com traficantes e milicianos para obter votos em comunidades", declarou Pezão, sem citar nomes.
O secretário Beltrame fez coro às declarações de Pezão. Para ele, a reforma penal é necessária e temas como crack, maioridade penal, patrulhamento nas fronteiras e pessoas que matam policiais precisam ser debatidas pelo Congresso Nacional.
"A polícia hoje no Rio enfrenta verdadeiros covardes que atiram pelas costas dos policiais. A partir de hoje eu vou pedir para a Justiça que mande para presídios federais quem matar um policial no Rio. O juiz pode até não me atender, mas eu vou pedir. A polícia está sangrando. Parece que policiais colocam a farda e deixam de ser gente. Eles são filhos de nossa sociedade", afirmou.
A Companhia Destacada da PM, inaugurada hoje, funcionará no bairro do Fonseca, em Niterói, região metropolitana do Rio. Terá 60 policiais militares. As Companhias Destacadas funcionam de maneira diferente das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
Com menor efetivo, as companhias estão subordinadas ao batalhão da região, são instaladas fora das comunidades, mas atuam no patrulhamento de toda uma região e não apenas da favela. Em Niterói, já foram inauguradas duas companhias (Pendotiba e morros do Estado/Palácio) e se prevê mais uma, ainda este ano, para a favela do Cavalão, em Icaraí, zona sul da cidade.