Folha de S. Paulo


Tribunal de Contas investiga entidade de SP que atende deficientes

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) vai investigar suspeitas de irregularidades na entidade criada pelo governo estadual para fazer a reabilitação de deficientes, a Rede Lucy Montoro.

A fiscalização terá o objetivo de verificar indícios de fraudes apontados por auditoria feita pelo próprio governo do Estado nas atividades da entidade, como revelou a Folha na semana passada.

A rede, que possui 14 unidades de tratamento de reabilitação de deficientes, está sob o guarda chuva das secretarias da Pessoa com Deficiência e da Saúde.

Publicado ontem no Diário Oficial do Estado, o despacho do conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, determinando a abertura da investigação, cita suspeitas sobre a atuação da secretária Linamara Rizzo Battistella (Pessoa com Deficiência).

Entre as situações descritas, está uso de carro oficial, pagamento de passagem aérea e de diárias para Maysa Rizzo Cortiñas, irmã de Linamara que recebeu os benefícios apesar de não possuir vínculo formal com a rede.

OUTRO LADO

Em nota, a secretaria diz que já apresentou explicações aos órgãos competentes e que está colaborando com as "ações do governo".

Sobre a irmã, disse na semana passada ao site G1 que a atuação dela não é irregular e que ela recebeu o carro oficial e a passagem na condição de consultora da Fipe (entidade ligada à USP) que atuava junto à rede.

Apesar de citar a secretária Linamara, o despacho do tribunal de contas não faz nenhum questionamento específico à Secretaria da Pessoa com Deficiência.

O conselheiro cobra informações da Secretaria da Saúde e da Faculdade de Medicina, que assinou com o governo contrato de gestão da Rede Lucy Montoro.

A reportagem não localizou responsável pela Fundação Faculdade de Medicina. A Secretaria da Saúde afirmou que "está à disposição do TCE para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre a Rede Lucy Montoro, da Secretaria da Deficiência".


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