Folha de S. Paulo


Mãe de dançarino morto contrata peritos americanos para investigação

A mãe do dançarino Douglas Pereira, Maria de Fátima da Silva, afirmou neste domingo (27) que contratou peritos americanos para realizar uma investigação paralela sobre a morte de seu filho, cujo corpo foi encontrado baleado nos fundos de uma creche na comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul do Rio.

"Entreguei os documentos encontrados junto ao corpo do meu filho, que estavam molhados. Eles também possuem acesso a todo o caso", disse ela, após o ato de homenagem a DG neste domingo (27). Maria de Fátima não esclareceu quem são os peritos estrangeiros nem o que a motivou a contratá-los.

Douglas foi encontrado morto nos fundos de uma creche do morro Pavão-Pavãozinho há uma semana. De acordo com o laudo cadavérico, o motivo da morte foi um ferimento a bala. Horas antes de seu corpo ser encontrado, policiais militares sustentam que houve um troca de tiros com traficantes. Já moradores negam que tenha ocorrido o tiroteio e acusam os PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local de terem executado o jovem.

As investigações estão sendo conduzidas pela 13ªDP (Copacabana), cujo delegado titular é o ex-chefe da Polícia Civil, Gilberto Ribeiro.

Bruna Fantti/Folhapress
Mãe de dançarino DG liderou ato em sua homenagem no Rio de Janeiro neste domingo (27)
Mãe de dançarino DG liderou ato em sua homenagem no Rio de Janeiro neste domingo (27)

Maria de Fátima, que, na última quinta-feira, dispensou um convite para se encontrar com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que gostaria que ele transferisse a investigação para a Divisão de Homicídios. "Não preciso me encontrar com ele, e evitei que ele fizesse do caso uma vitrine política. Mas gostaria que ele transferisse o caso para a delegacia especializada e cobrasse dos peritos empenho", afirmou.

A homenagem ao dançarino começou na avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, por volta de 15h. Após caminhar duas quadras, os manifestantes, liderados pela mãe de DG, foram até a rua Barata Ribeiro, e ficaram na frente do prédio onde o dançarino morava.

Alguns integrantes carregam tambores e o grupo alterna cantos em memória de DG e contra as UPPs, além de gritos de "não vai ter Copa" e "polícia assassina".

O protesto foi acompanhado por cerca de 50 PMs e duas viaturas, que foram hostilizados em alguns momentos, assim como parte da imprensa.
Após rezarem, os moradores voltaram para o morro, distante cerca 500m do prédio onde o dançarino morava.


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