Folha de S. Paulo


Polícia do RS diz não saber causa da morte de menino encontrado em matagal

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul afirma ainda não saber as causas do assassinato de um menino de 11 anos cujo corpo foi encontrado enterrado na última segunda-feira (14) em um matagal na cidade de Frederico Westphalen (a 447 km de Porto Alegre).

O pai, Leandro Ugolini, e a madrasta do garoto Bernardo, Graciele Ugolini, mais outra mulher, Edelvania Wirganovicz, suspeita de envolvimento, foram presos.

Os delegados também não divulgaram detalhes sobre a suposta participação do pai e da madrasta na morte do menino. A criança estava desaparecida havia dez dias.

A delegada Caroline Machado, que investigou o desaparecimento, diz não ter "dúvida" da participação dos três suspeitos. Mas afirmou que ainda é preciso saber exatamente "o que cada um fez".

O pai e a madrasta foram presos na noite de segunda-feira no município gaúcho de Três Passos, onde viviam. A polícia localizou o corpo do menino após o depoimento da outra mulher, que também foi presa sob suspeita de participação na morte do garoto.

Ela teria relatado em depoimento que o menino foi assassinado com uma injeção letal. Mas, segundo a polícia, não há indícios, até agora, de que essa tenha sido a causa da morte; o órgão afirma que vai aguardar uma perícia. "Não tenho como confirmar se foi isso ou não", disse a policial a jornalistas.

Devido ao segredo de Justiça decretado sobre o caso e ao estágio das investigações, a polícia optou por não divulgar detalhadamente informações sobre a morte. Mais testemunhas estão sendo ouvidas.

Os três suspeitos tiveram prisão preventiva de 30 dias decretada pela Justiça. O prazo para a conclusão das investigações também é de 30 dias.

PEDIDO DE AJUDA

Após a notícia das prisões, moradores de Três Passos protestaram na noite de segunda (14) em frente à casa do pai do garoto morto.

Na manhã desta terça (15), policiais disseram que o menino já havia relatado à Justiça que vivia em uma situação de "abandono" e era "carente de afeto".

O caso chegou ao Conselho Tutelar do município nos últimos meses, e o órgão o encaminhou para o Ministério Público.

Segundo o conselho, não houve denúncia de agressões. A Folha procurou o juiz responsável pelo caso em Três Passos e a promotora, mas eles não foram encontrados para falar sobre o assunto.


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