Folha de S. Paulo


Detentos terminam rebelião em delegacia em Santos

Após quatro horas de rebelião, presos provisórios do 5º Distrito Policial de Santos (72 km de São Paulo) liberaram um carcereiro feito refém e encerraram o motim, na noite de quinta-feira (20). O local está superlotado devido a greve dos agentes penitenciários.

A rebelião começou por volta das 18h30 quando um grupo de detentos rendeu o carcereiro. Os presos só liberaram o carcereiro e encerraram a rebelião às 23h30 depois de apresentarem as reivindicações aos delegados seccional e titular do 5º DP e ao juiz corregedor.

Os presos reclamam da má qualidade da comida e da superlotação. O local tem capacidade para abrigar 24 pessoas, mas atualmente tem 70 presos.

A Polícia Civil informou que a cadeia recebe presos provisórios que são transferidos para presídios, mas com a greve dos agentes penitenciários desde o dia 10 o local ficou superlotado.

GREVE

Os agentes penitenciários de São Paulo entraram em greve no dia 10 deste mês para reivindicar, entre outras coisas, reajuste de 20,64%, referente à inflação do período de 2007 a 2012, mais 5% de aumento real no salário.

Diversos setores do funcionalismo paulista, inclusive os agentes penitenciários, tiveram há cerca de dois meses reajuste de 7%. O salário-base inicial de um agente penitenciário é de cerca de R$ 2.000, segundo o sindicato.

Segundo Cícero Félix de Souza, secretário-geral do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), o principal ponto da pauta de reivindicações é a redução, de 8 para 6, das classes de agentes de segurança existentes, para que os trabalhadores consigam se aposentar nas categorias mais altas (com salários melhores).


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