Folha de S. Paulo


Estado vacina 186 mil meninas contra o HPV; medida gera controvérsia

Com a entrada oficial da vacina contra o HPV no calendário nacional de imunizações, o governo do Estado vacinou, em uma semana, 186.727 meninas entre 11 e 13 anos.

A campanha, que começou há uma semana, vai até o dia 10 de abril, no país inteiro. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% das adolescentes nessa faixa etária, o equivalente a 4,16 milhões de garotas. Em São Paulo, serão 808,3 mil meninas.

A orientação do ministério é que a primeira dose seja oferecida nas escolas (públicas e particulares), mas a vacinação também poderá ser feita em postos de saúde de todo o país. A vacina previne contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18).

Os subtipos 16 e 18 são ligados a mais de 70% dos casos de câncer do colo de útero, segundo o governo.

CONTROVÉRSIA

Parte dos pais e da comunidade médica contesta a eficácia e a segurança da medida. O principal motivo é que o HPV possui mais de 100 subtipos, e as vacinas ainda não conseguem cobrir todos eles, apenas os principais.

Assim, mesmo quem recebeu a vacina pode ser contaminado com outras variantes do vírus que podem causar câncer.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entretanto, a vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

Em termos de segurança, a vacinação também não é consenso. Doenças como síndrome de Guillain-Barré, falência ovariana, uveítes, além de sintomas como convulsões e desmaios têm sido associados à vacina, mas esta relação ainda não foi demonstrada em grandes estudos.

A principal medida preventiva contra o câncer de colo de útero continua sendo o exame do papanicolau, que deve ser realizado anualmente.


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