A página Black Bloc RJ no Facebook, que tem 80,4 mil curtidas, lamentou a morte cerebral do cinegrafista Santiago Iídio Andrade, 49, nesta segunda-feira (10). Andrade foi atingido por um rojão na cabeça durante protesto contra o aumento das passagens de ônibus no centro do Rio. O cinegrafista teve afundamento de crânio, ficou em coma e teve morte cerebral confirmada nesta segunda-feira.
"Estamos muito chateados com a notícia sobre a morte de Santiago, lamentamos demais e desejamos toda força à família, é uma perda muito difícil", publicou a página, em uma das duas mensagens sobre o assunto.
A postagem cita ainda a suposta morte de um idoso durante a mesma manifestação em que o cinegrafista foi atingido que não teve repercussão. De acordo com ativistas, um senhor teria sido atropelado, mas até o momento não há informações sobre essa pessoa.
A página faz uma crítica velada à repercussão na mídia e dentro da própria polícia ao dizer que ao menos quatro pessoas teriam morrido em decorrência das manifestações no Rio desde junho, sem citar, contudo, seus nomes ou o explicar os casos. "Qual dessas mortes a TV repetiu e se comoveu?"
A página cobra investigação dos casos de violência policial. Em uma segunda postagem, a página diz prestar condolências não só a família do cinegrafistas, mas aos jornalistas e manifestantes que ficaram cegos ao serem atingidos por bala de borracha da polícia, a um suposto manifestante desaparecido, e "às milhares de famílias de mortos pela polícia, inocentes que se vão todo ano somente nas comunidades do Rio de Janeiro". "Quero deixar minhas condolências a este país, por seu povo ignorante e alienado que agora discute um caso isolado como se fosse o todo da questão", afirma uma das postagens da página Black Bloc RJ.
PROTESTO
Um novo protesto contra o aumento das passagens, que no sábado passaram à R$ 3, foi convocado para próximo à Central do Brasil, às 18h. O local é o mesmo onde ocorreu o último protesto que terminou com o cinegrafista atingido. Quase seis mil pessoas confirmaram presença. O MPL foi quem convocou o protesto.