O TCM-RJ (Tribunal de Contas do Município do Rio) recomendou ao prefeito Eduardo Paes (PMDB), nesta sexta-feira (20), que não faça reajuste nas tarifas de ônibus da cidade no início do ano que vem.
O motivo é que desde agosto deste ano o TCM-RJ faz uma auditoria nos contratos de concessões das empresas de ônibus que não estaria concluída em janeiro, data prevista para o aumento das passagens na cidade.
Paes anunciou no início deste mês que a tarifa, atualmente em R$ 2,75 na cidade, teria de sofrer um "reajuste contratual" em janeiro de 2014, mas não especificou de quanto a alta seria.
Em maio deste ano, o preço da passagem dos ônibus que circulam no Rio foi a R$ 2,95. Os protestos que eclodiram no país em junho inicialmente contra o aumento das tarifas do transporte público fizeram o prefeito voltar atrás e revogar o aumento.
Em um anúncio simultâneo, Rio e São Paulo baixaram em R$ 0,20 a tarifa. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito Fernando Haddad (PT), fizeram o anúncio juntos, enquanto no Rio coube apenas a Paes anunciar a revogação tanto dos transportes de concessão municipal quanto nos de licença estadual.
Com a imagem desgastada pelas manifestações, o governador do Rio, Sérgio Cabral, não participou do anúncio, feito no dia 19 de junho deste ano. Também tiveram reajuste revogado o trem, o metrô e as barcas, que são concessões estaduais.
À época, o prefeito disse que estava atendendo a um anseio das ruas, mas ressaltou que teria de pensar em uma forma de reembolsar as empresas de ônibus já que o reajuste estava previsto em contrato.
Uma das medidas que foi sacrificada por conta do corte do aumento das tarifas foi a integração de bilhetes entre ônibus e metrô. Atualmente, quem usa os dois modais de transporte no Rio têm de pagar duas tarifas distintas. A previsão da prefeitura era conseguir costurar essa integração ao longo de 2013, mas devido à revogação, a medida foi adiada para 2014.
PROTESTO
Está marcada para esta sexta-feira uma manifestação justamente contra o aumento das passagens no Rio. Convocada nas redes sociais pelo Movimento Passe Livre do Rio, o ato está marcado para as 17h.
A concentração será na praça da Candelária e percorrerá a avenida Rio Branco, num trajeto já tradicional dos protestos de rua na cidade. Às 16h de hoje, cerca de dez mil pessoas já tinham confirmado presença na página do ato no Facebook.
Nas redes sociais, os manifestantes ainda não repercutiram a recomendação do TCM-RJ.