A última reunião pública sobre a revisão do Plano Diretor está marcada para às 19h de amanhã (19), na Câmara Municipal.
Segundo o vereador Nabil Bonduki (PT), relator do tema na Casa, haverá uma síntese de todos os encontros anteriores. "São quase 500 contribuições relevantes", conta o vereador do PT.
Plano Diretor tenta reduzir pressão por casa popular em SP
Foram dezenas de debates, e, segundo o representante do legislativo, não é apenas habitação social que interessa à população paulista.
"Temos muitas demandas por áreas verdes, desocupadas", diz ele. "Além do debate sobre fruição pública [edifícios abertos para a rua, com comércio no térreo] e pelo transporte público."
De acordo com Bonduki e com o secretário Fernando de Mello Franco (Desenvolvimento Urbano), existem movimentos sociais organizados que também defendem, com legitimidade, a preservação de áreas estritamente residenciais em parte nobres da cidade de São Paulo.
O que o debate de anteontem na Folha mostrou não ser uma unanimidade.
Alguns questionaram porque o uso misto da cidade, previsto pela revisão do plano diretor, não é aplicado para toda a capital.
Terminada as audiências públicas, o jogo político entre situação e oposição, além de outros atores com forte representatividade no Legislativo, como os movimentos sociais, o mercado imobiliário organizado e outros, tende a se acirrar.
Além do debate entre cláusulas, artigos e o texto em si haverá uma questão cultural importante em jogo.
Segundo o secretário Franco, é preciso criar uma cultura que seja a favor do transporte coletivo e cada vez mais distante do uso do carro, pelo menos de uma forma muito intensa, como é hoje.
O discurso do Executivo é encampado pelo vereador Bonduki. "Às vezes eu acho que o plano ainda prevê muita garagem", diz.
Para o presidente do Secovi, Cláudio Bernardes, o carro não pode continuar a ser o grande vilão da cidade.