Um diretor da Tecnisa reconheceu ontem, em depoimento ao Ministério Público, que imóveis da empresa foram beneficiados pela máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços). Porém, disse que a construtora foi vítima do despachante que contratava para obter certidões da prefeitura.
Segundo o promotor Roberto Bodini, a construtora declarou que fazia pagamentos com cheques cruzados depositados pela empresa do despachante --o que permitirá confrontar o depoimento com documentos da Tecnisa.
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Pelo licenciamento de um prédio, a Tecnisa teria pago R$ 400 mil ao despachante. Porém, a guia de ISS recolhido foi de cerca de R$ 16 mil.
Ontem foram ouvidos dois suspeitos de participação no esquema, Ronilson Rodrigues e Eduardo Barcellos. Eles falaram no inquérito que apura suposto enriquecimento ilícito de Antonio Donato, ex-secretário de Governo de Fernando Haddad (PT).
Barcellos reafirmou declaração de que Donato recebeu R$ 20 mil mensais durante nove meses. Donato nega.
Já Ronilson negou ter dado dinheiro para Donato, o vereador Aurélio Miguel (PR) ou outro político.