Folha de S. Paulo


Entidade lança guia de saúde para estrangeiros e brasileiros na Copa

Que vacinas o viajante precisa ter para ver um jogo da Copa do Mundo em Manaus em segurança? O torcedor estrangeiro corre risco de pegar sarampo no Brasil? Como o viajante de fora faz para comprar remédios no país?

Essas são algumas das questões respondidas pelo "Guia de saúde - viagem e grandes eventos", informativo elaborado com foco na Copa do Mundo que a Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) vai lançar na tarde desta quinta-feira (28), em São Paulo.

"Tentamos fazer um material com linguagem acessível para a população, com informações tanto para os brasileiros que vão viajar dentro do país como para quem está vindo para o Brasil, para que saibam quais são os riscos. Muitas vezes, [os estrangeiros] recebem orientações que não procedem. Tem país obrigando a vacinar contra raiva para vir ao Brasil. Não temos raiva no país", diz Isabella Ballalai, coordenadora médica e científica do guia e presidente da Sbim no Rio de Janeiro.

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O guia, lançado em português, terá versões em inglês e espanhol e poderá ser baixado na página da sociedade. Edições também serão impressas para distribuição.

A intenção, afirma Ballalai, não é colocar medo em ninguém, mas evitar que uma eventual doença estrague as férias e a torcida dos viajantes.

Divulgação
Guia lançado para orientar turistas durante a Copa
Guia lançado para orientar turistas durante a Copa

ANTES DA VIAGEM

O guia orienta que, entre quatro e seis semanas antes de partir, o viajante faça uma consulta com um especialista em medicina de viagem. Lá, o paciente terá orientaçãoes sobre as vacinas que deve tomar, riscos específicos de cada região e eventuais medicamentos que pode precisar.

O viajante deve pensar num kit com medicamentos e produtos básicos --para dor e febrem antialérgicos, antibióticos (desde que sob orientação do médico), álcool gel e preservativos, entre outros-- e lembrar de carregar consigo cópia da prescrição médica em caso de remédios de uso controlado.

Itens para primeiros socorros e ferimentos (curativos, termômetro, antissépticos, entre outros) e específicos para determinadas áreas ou condições (como insulina e remédicos para malária) também devem ser considerados, orienta a sociedade.

O guia também explica o que deve conter uma receita médica para que seja aceita no Brasil e eventuais cobranças que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode fazer no momento da entrada do viajante no país.

VACINAS

Assunto principal da Sbim, a vacinação necessária no Brasil é bem detalhada no informativo, que indica em que situação cada vacina deve ser tomada e onde elas podem ser encontradas --a orientação é para que a imunização ocorra antes da viagem, para que o sistema imunológico do corpo tenha tempo de responder à vacina.

O guia explica, por exemplo, que a poliomielite não é mais transmitida no Brasil, mas que a imunização é importante para garantir que, mesmo com o grande deslocamento de pessoas, a doença não reapareça. O mesmo para o sarampo, que em anos recentes só é transmitida no Brasil a partir de casos importados de outros países.

JÁ NA VIAGEM

Por fim, o guia traz orientações sobre como minimizar o jet lag (impacto de muitas horas de viagem e fuso horário), alertas sobre alimentação e consumo de água, sobre o risco da exposição prolongada ao sol, e sobre perigos comuns em banhos de praia e rios.

Há uma lista de serviços médicos nas cidades-sede da Copa e de contatos que podem ser úteis ao viajante e turista.

A brochura também traz informações básicas para evitar roubos, golpes e violência. Orienta, por exemplo, que o turista marque encontros em locais públicos, não leve pessoas estranhas para onde estiver hospedado e opte por táxis de cooperativas.


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