Folha de S. Paulo


Justiça manda soltar estudantes presos após desocupação da reitoria da USP

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu soltar na tarde desta quarta-feira (13) os dois estudantes presos após a reintegração de posse da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) na última terça-feira (12). Durante a manhã, eles foram levados para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Osasco (Grande SP). Eles deixaram o local nesta tarde.

Na decisão, a juíza Juliana Ghelfi disse que não era possível dizer que os suspeitos foram presos em flagrante porque "eles não foram surpreendidos praticando os atos em questão." A reitoria estava invadida desde o dia 1º de outubro por um grupo de estudantes que pedia eleição direta para a escolha do novo reitor da universidade.

Estudantes presos em reintegração na USP são transferidos para presídio

O prédio foi encontrado depredado, com pichações e móveis danificados, após a saída dos estudantes.

Um grupo de estudantes fez uma vigília durante a noite em frente ao 91º DP (Vila Leopoldina), zona oeste de São Paulo, onde os dois estudantes estavam detidos até a manhã de hoje. João Victor Gonzaga Campos e Inauê Taiguara Monteiro de Almeida foram indiciados sob suspeita de formação de quadrilha, furto qualificado e dano ao patrimônio público.

O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e a defesa dos suspeitos dizem que eles não estavam no prédio invadido.

O sindicato informou em nota que ambos são alunos de filosofia que estavam em uma festa no centro acadêmico. Campos é funcionário concursado da universidade e Almeida reside na moradia estudantil.

A defesa dos estudantes presos afirma que eles deixaram a festa para verificar boatos sobre a reintegração e, ao perguntarem a um policial, "foram abordados com truculência e dirigidos até um ônibus da polícia".

Os advogados afirmam ainda que ambos sofreram "agressões físicas e psicológicas, que, pela lei, configuram a prática de tortura".

Em nota, a Polícia Militar informou que "coloca-se à disposição dos envolvidos para formalizar queixas na Corregedoria".

A ação da Polícia Militar para reintegrar o prédio da reitoria durou cerca de 40 minutos. Vários equipamentos, como computadores, máquinas copiadoras e telefones foram destruídos. De acordo com a USP, alguns objetos também sumiram. Quase todas as paredes do prédio foram pichadas, e salas foram encontradas completamente vazias.


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