Folha de S. Paulo


Solto, fiscal envolvido no esquema de propinas é afastado da Prefeitura de SP

O servidor municipal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães, suspeito de integrar um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 500 milhões dos cofres da Prefeitura de São Paulo, foi suspenso preventivamente. O nome dele foi incluído na edição desta terça-feira (5) do "Diário Oficial" da cidade.

O afastamento de Magalhães é válido por 120 dias e se deve ao possível envolvimento do servidor com o caso. O servidor estava preso desde a última quarta-feira na carceragem do 77º DP (Santa Cecília) e foi solto ontem beneficiado pela delação premiada.

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Outros três funcionários suspeitos de estarem envolvidos no esquema permanecem detidos. São eles: Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral e Ronilson Bezerra Rodrigues.

ESCUTAS FORJADAS

Hoje, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse em entrevista a rádio CBN que os auditores da prefeitura suspeitos de corrupção tentaram desviar o foco da investigação.

Segundo ele, uma escuta feita pela Controladoria Geral do Município, que descobriu o esquema, mostrava os suspeitos dizendo que usavam a sala do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). A investigação apontou, porém, que a informação não é verdadeira, segundo o prefeito.

"É preciso olhar com muita atenção para tudo que se diz porque a quadrilha estava sob pressão intensa. Obviamente vão querer atrapalhar e tirar o foco do que é relevante", afirmou.

Haddad ressaltou que a Controladoria Geral do Município, criada pela sua gestão em março deste ano, está fazendo um pente-fino em todas as secretarias e subprefeituras cruzando o patrimônio declarado com o apurado. "Estamos fazendo o cruzamento de informações de cartórios da Receita Federal e de bancos para identificar os poucos e maus servidores", diz.

Segundo ele, além do caso da Secretaria das Finanças, o órgão já identificou nichos de irregularidades nas Secretarias do Verde e Meio Ambiente, da Habitação, das Subprefeituras e do Trabalho.


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