Folha de S. Paulo


Governo cria comitê para monitorar preços e serviços na Copa

A presidente Dilma Rousseff (PT) determinou nesta quinta-feira (17) a criação de um comitê interministerial para monitorar preços, tarifas e qualidade dos serviços durante a Copa do Mundo de 2014.

Sob a coordenação da Casa Civil, os ministérios do Esporte, Justiça, Turismo, Fazenda, Saúde e a Secretaria de Aviação Civil vão, com os Procons das 12 cidades-sede, fazer um "diagnóstico detalhado" dos preços e qualidades de serviços em hotéis, restaurantes, aeroportos e demais serviços turísticos.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) também poderá acionar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para fiscalizar, nos setores aéreo e hoteleiro, situações que ameacem a livre concorrência.

"Não tabelamos nem tabelaremos preços, mas nós não permitiremos abusos. Vamos utilizará todos os instrumentos à disposição do Estado para garantir a defesa dos direitos do consumidor, seja ele brasileiro, ou estrangeiro", disse a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), em nota.

O monitoramento valerá, inclusive, para os produtos oferecidos pela Fifa dentro dos estádios, como refrigerantes, lanches e cerveja. O ministro José Eduardo Cardozo disse que o grupo poderá tomar medidas, desde que fique comprovado o abuso. "Tudo será analisado por este comitê. A partir do momento em que nós entendermos que existem situações que estão fugindo daquele parâmetro, tomaremos as medidas cabíveis", disse Cardozo, ao ser questionado especificamente sobre os preços nos estádios durante a Copa.

Na última segunda-feira (14), a Folha mostrou que, oito meses para a Copa do Mundo começar, o preço de passagens aéreas chega a ser dez vezes mais alto do que em um dia normal.

O valor cobrado do passageiro é superior, por exemplo, ao de bilhetes para a Europa e para os Estados Unidos no mesmo período.

Uma das explicações dadas pelas empresas aéreas é a lei da oferta e da demanda: se mais gente compra, restam menos lugares no voo --e os assentos que sobram encarecem.

A tarifa subiu principalmente nos trechos mais procurados, como a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio), a rota mais movimentada do Brasil.

Nesta quinta-feira, reuniram-se para a criação do comitê, além de Gleisi e de Cardozo, Gastão Vieira (Turismo) e Moreira Franco (Aviação Civil). Participaram também os presidentes da Embratur, Flávio Dino, e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys. A primeira reunião do grupo será na próxima quinta-feira (24).


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