Folha de S. Paulo


Cresce a distância entre rendimento de homens e mulheres, diz IBGE

Em outro movimento inverso ao de anos anteriores, cresceu a distância entre o rendimento de homens e mulheres, apesar da maior inserção delas no mercado de trabalho. O dado é mais um sinal de piora da desigualdade, já apontada pelo aumento mais forte da renda dos mais ricos.

Elas ganhavam 73,9% da remuneração de homens em 2011 e passaram a receber uma fatia menor em 2012 --72,9%. O retrocesso, segundo o IBGE, se deve ao fato de que a renda das mulheres subiu menos do que a dos homens --5,8%, contra 6,3%, respectivamente.

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Uma das possibilidade para o aumento da desigualdade de renda entre homens e mulheres é que a presença delas aumentou no setor de serviços (de 59,5% em 2011 para 60,2% em 2012). A atividade paga salários mais baixos.

Olhando um horizonte maior de tempo, porém, houve avanço. Em 2004, a renda das mulheres correspondia a 69,45% da dos homens. Em valores de 2012, elas ganhavam, em média, R$ 1.238, abaixo da remuneração masculina --R$ 1.698.

Uma boa notícia é que a taxa de desemprego das mulheres caiu com mais força do que a dos homens, embora elas ainda sejam a minoria no mercado de trabalho e tenham mais dificuldade em se empregar.

Editoria de arte/Folhapress

A taxa de desocupação feminina recuou de 9,1% em 2011 para 8,2% em 2012, enquanto a dos homens variou de 4,9% para 4,6%. Um dos motivos, mais uma vez, é a maior oferta de vagas no setor de serviços.

Diante da maior presença das mulheres no mercado de trabalho --54,9% delas estava empregada ou à procura de trabalho em 2012-- cresceu o número de crianças matriculadas em creches. O percentual passou de 77,4% em 2011 para 78,2% em 2012.

A maioria das crianças estava na rede pública, mas a carência de vagas fez aumentar as matrículas em creches e pré-escolas particulares --de 26,5% para 28,1% do total.


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