O tornado que atingiu o município paulista de Taquarituba ( a 328 km de São Paulo) pode ter atingido uma velocidade 138 km/h. Segundo o Inmet (instituto Nacional de Meteorologia), a marca faz com que o fenômeno natural seja classificado como F1 na escala internacional de furacões (Fujita).
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De acordo com a meteorologista Neide Oliveira, perita em mais de 100 casos de tornado no Brasil, somente uma análise criteriosa das imagens dos danos pode proporcionar um veredito sobre qual a real velocidade do tornado que matou duas pessoas, feriu 64 e desabrigou centenas no município paulista.
"Pelas imagens, os ventos na cidade superaram facilmente os 100 km/h. Ainda será feito um estudo neste sentido, mas tranquilamente foi um evento de magnitude entre F0 e F1", disse.
Segundo Neide, não há estações meteorológicas do Inmet em Taquarituba, porém as medições feitas em cidades vizinhas, como Cerqueira César, Jacarézinho e Avaré, mostram que os ventos na região superaram os 54 km/h.
A meteorologista disse que a velocidade do vento não é necessariamente um evento novo no país. Em entrevista à Folha, Neide disse que em algumas oportunidades os ventos podem superar os 150 km/h.
A diferença do fenômeno de Taquarituba é que houve uma formação de tornado. " A diferença de pressão faz com o tornado se torne um verdadeiro 'aspirador' arrasando tudo na frente", afirmou
Apesar de ser um fato ainda considerado raro pelos especialistas, o fenômeno natural vem se tornando frequente em diversas regiões do país. As mudanças climáticas ao redor do mundo podem ser as causas deste avanço no número de ocorrências.
"De anos para cá a incidência de tornados vem se tornando frequente, principalmente na área rural das cidades. No oeste do Rio Grande do Sul e no interior de São Paulo são áreas onde o relevo e o clima são propícios à formação de tornados, que é um fenômeno extremamente perigoso, pois ele se forma repentinamente e causa uma grande catástrofe em poucos minutos", disse Neide.
Segundo relatos de moradores de Taquarituba o tempo estava "normal" antes do fenômeno que surgiu "de repente" e destruiu parcialmente três bairros em questão de minutos.
O último grande tornado muito destrutivo no Estado de São Paulo aconteceu em em Indaiatuba (102 km de São Paulo), em maio de 2005. Na oportunidade, meteorologistas o classificaram como sendo de magnitude F3, quando os ventos ultrapassam os 217 km/h.
A prefeitura da cidade estimou, na época, que os prejuízos superaram os R$ 90 milhões. Ao todo, cerca de 15 cidades da região de Campinas (SP) foram atingidas pelo forte temporal em 2005.
MORTES
A tragédia em Taquarituba ainda duas pessoas.
Jamil Francisco da Silva, 54, motorista de um ônibus que tombou com o vento enquanto trafegava pela rodovia SP-255 e Edson Matheus Pereira, 21, morto após a estrutura de um ginásio poliesportivo desabar.
O motorista trafegava pela rodovia no momento do tornado e fazia o itinerário entre a cidade paulista de Itaí e Wenceslau Brás, no Paraná PR. Dentro do ônibus havia ainda oito passageiros e um cobrador. Todos, com exceção do motorista, ficaram feridos, foram encaminhados para o hospital da cidade e passam bem.
| Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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