Folha de S. Paulo


Começa julgamento de 98 acusados de ataques em Santa Catarina

Começou nesta terça-feira, 10, em Itajaí, litoral norte de Santa Catarina, o julgamento de 98 acusados de envolvimento nas três ondas de ataques realizados no Estado desde novembro do ano passado até junho deste ano. Foram registradas 198 ocorrências, entre queimas de ônibus e ataques a instituições policiais.

O Ministério Público acusa os réus, suspeitos de pertencerem à facção PGC (Primeiro Grupo Catarinense), de formação de quadrilha e associação para tráfico. Um dos envolvidos responderá também por falta de registro para arma de fogo.

Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, é o julgamento com maior número de réus na história do Estado. Inicialmente agendada para ocorrer em Blumenau, a audiência foi transferida para o Complexo Penitenciário de Canhanduba, em Itajaí, como medida de segurança.

A Polícia Militar intensificou o policiamento na região. "É um trabalho de prevenção", disse a chefe de comunicação social da PM, coronel Claudete Lehmkuhl. Ainda de acordo com a coronel, as forças de segurança das cidades catarinenses estão em estado de alerta com o objetivo de evitar novos incidentes violentos no período do julgamento.

"Há um trabalho intenso de inteligência para que nada ocorra", disse, referindo-se a possíveis ataques.

O JULGAMENTO

Serão três etapas distintas na audiência. Na primeira, serão ouvidos dois delegados e mais sete testemunhas da acusação.

A partir desta quinta-feira (12), começam os depoimentos das testemunhas de defesa e, posteriormente, serão ouvidos os acusados.

São 78 presos --23 deles vão falar por videoconferência da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Há 14 réus respondendo em liberdade. Outros seis estão foragidos.

Após as declarações, o processo segue para a etapa de alegações finais e posterior manifestação do Ministério Público. A sentença será dada em gabinete pelo juiz. A expectativa inicial é que isso ocorra no dia 18.

JOINVILLE

Nesta terça-feira, 10, em Joinville, sete integrantes do PGC foram condenados por terem organizado ataques na cidade no início de fevereiro. As penas vão de nove a 12 anos, todas em regime fechado.


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