Folha de S. Paulo


Linha 2-verde terá sistema mais rápido a partir de domingo

Começa a funcionar no próximo domingo um sistema que promete reduzir em 20% a espera dos passageiros na linha 2-verde do metrô de São Paulo.

O novo sistema de controle e sinalização, que é testado desde o ano passado, será usado pela primeira vez em toda a extensão da linha --14,7 km.

Chamado de CBTC (Comunication-Based Train Control), ele é mais moderno que o atual e promete reduzir o intervalo entre os trens, hoje de 160 segundos, em média.

No formato atual, a localização dos trens é enviada à central de operações por cabos de fibra ótica apenas em alguns pontos fixos. Por segurança, as composições precisam ficar a 150 metros umas das outras.

O novo modelo, baseado em comunicação por radiofrequência, permite a localização em tempo real em todos os trechos --o que garante uma distância menor entre as composições.

Na prática, o menor intervalo pode ajudar a reduzir a superlotação. No ano passado, a média de ocupação da linha 2-verde no horário de pico da tarde foi de 5,7 passageiros por m².

O sistema também é mais seguro, pois evita que o trem ultrapasse a velocidade permitida. O CBTC também comporta a operação automática, capaz de realizar a movimentação do trem independente da presença de operador.

Os testes na linha 2 começaram em janeiro do ano passado, e a previsão inicial era de que fossem concluídos em seis meses. Mas a companhia fala em trocar o sistema ao menos desde 2009.

Segundo o Metrô, o sistema será implantado de forma gradativa e vai funcionar inicialmente apenas aos domingos. Atualmente, o sistema já funciona em um trecho de 2,9 km entre as estações Vila Prudente e Sacomã.

"De acordo com o desempenho apresentado pelo sistema, a operação nesse modo será estendida para os sábados e posteriormente para dias comerciais", afirma a empresa.

Após os testes, o CBTC será instalado nas linhas 1-azul (de 20 km de extensão) e 3-vermelha (22 km).

ALSTOM

Os contratos para a instalação da nova sinalização foram assinados com a Alstom em 2008, ao custo de mais de R$ 700 milhões.

A empresa é investigada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pelo Ministério Público de São Paulo, após denúncia feita pela Siemens, por suspeita de integrar cartéis que fraudaram licitações.

A empresa francesa diz que está colaborando com as autoridades brasileiras na investigação do caso.

A Alstom usa o sistema paulistano em seu material de divulgação, afirmando que ele irá reduzir os intervalos em 40 segundos em média quando estiver implantado nas três linhas.

"Problemas de congestionamento e atraso irão cair substancialmente nessa rede, que transporta 4,3 milhões de passageiros por dia", diz o documento da Alstom.


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