Folha de S. Paulo


Manifestantes e polícia entram em confronto em Vitória (ES)

Manifestantes e Polícia Militar entraram em confronto na manhã desta sexta-feira (19) em Vitória (ES) após protestos contra a cobrança de pedágio em uma das pontes que liga a capital à cidade de Vila Velha.

A PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão e evitar atos de vandalismo.

Segundo a PM, cerca de 200 pessoas se reuniram às 6h em frente à Assembleia Legislativa e saíram em caminhada pelas principais vias do centro da cidade, prejudicando o trânsito na região.

O protesto foi ganhando volume ao longo da manhã e mais 200 manifestantes se juntaram à caminhada.

Ao menos duas cancelas foram quebradas na praça do pedágio na Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. Não houve interferência da PM. Seguranças da Rodosol, concessionária que opera no trecho, apreenderam uma garrafa de combustível que seria usado para atear fogo a uma das cabines do pedágio.

O trajeto percorrido pelos manifestantes incluiu ainda o Tribunal de Contas do Estado e os palácios do governo e da vice-governadoria.

"A PM não agiu naquele momento porque todo o efetivo estava posicionado em frente a esses órgãos para evitar depredação", afirma o titular da SESP (Secretaria de Segurança Pública), André Garcia.

Ainda assim, os dois palácios, a Secretaria da Fazenda e o prédio do Sebrae tiveram vidraças quebradas por manifestantes.

Enquanto o secretário afirma que a ação da PM foi desencadeada a partir daí, manifestantes dizem que só passaram a jogar pedras contra os prédios públicos após a própria corporação impedi-los de chegar à Governadoria.

Ao menos três agências bancárias também foram alvo de depredação.

Por volta do meio-dia, um grupo de aproximadamente cem pessoas interditava a avenida Jerônimo Monteiro. Tapumes e blocos de concreto foram arrastados até a via. Uma mulher tirou a roupa.

Às 14h, a polícia fez uma nova investida contra os manifestantes para desbloquear o trecho. Neste momento, o Batalhão de Missões Especiais ainda atua na região central da cidade.

PREJUÍZO

A Assembleia Legislativa do Espírito Santo encaminhou na quarta-feira (17) um relatório detalhado ao Ministério Público Estadual dos prejuízos materiais causados à sede do órgão, estimados em R$ 104 mil.

Até o início da tarde, o Ministério Público não havia recebido o documento.

A Casa foi invadida em 2 de julho por cerca de 80 manifestantes que pleiteavam o fim da cobrança de pedágio na Terceira Ponte. A ocupação terminou no último sábado (13), onze dias depois.

Após a desocupação, servidores do Legislativo constataram que o restaurante e o auditório tiveram estrutura, equipamentos e mobiliário danificados. O órgão acusa os manifestantes de serem os responsáveis pela destruição.

PEDÁGIO

Também no sábado (13), passou a vigorar a redução no valor do pedágio cobrado no trecho (de R$ 1,90 para R$ 0,80), instituída após determinação judicial.

Na segunda-feira (15), manifestantes retornaram à Assembleia para acompanhar a votação do projeto de decreto legislativo que acabaria com o pedágio. A proposta, contudo, foi rejeitada no plenário por 16 votos contra 11.

Na ocasião, manifestantes tiveram o acesso à Assembleia barrado pela Tropa de Choque. Houve confusão e a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Vinte ônibus foram depredados.


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