Folha de S. Paulo


Policiais suspeitos de vender informações ao tráfico depõem em Campinas

Quatro dos sete policiais civis presos na segunda-feira (15) acusados de vender informações ao tráfico de drogas prestam depoimento a promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo em Campinas (a 93 km de São Paulo) nesta quarta-feira (17).

Estão na sede do Ministério Público na cidade os dois delegados do Denarc (departamento de narcóticos) detidos na operação --Clemente Calvo Castilhone Júnior e Fábio Amaral de Alcântara-- e os dois investigadores do 10º DP (Distrito Policial) de Campinas --Mark de Castro Pestana e Renato Peixeiro Pinto-- que são acusados de cobrarem propina de traficantes para facilitar a venda de drogas na região.

Os dois investigadores da Polícia Civil da cidade se recusaram a falar. Segundo o advogado de Mark e Renato, Ralph Tórtima Sttetinger Filho, a única acusação que existe contra os seus clientes é o depoimento de um traficante que foi capturado pela polícia e eles optaram por não falar.

A investigação desencadeada pelo Ministério Público de São Paulo em Campinas e pela Corregedoria da Polícia Civil aponta que policiais envolvidos com o tráfico de drogas recebiam entre R$ 200 mil a R$ 300 mil por ano para passar informações a quadrilhas de traficantes na cidade. O grupo ainda receberia uma quantia mensal que ainda está sendo averiguada pela polícia.

Ao todo, 13 mandados de prisão foram expedidos contra os policiais envolvidos, mas apenas sete foram cumpridos até o momento. Ontem, a Corregedoria divulgou o nome e a foto dos seis que estão foragidos e orientou para que as pessoas que tiverem informações sobre os suspeitos liguem para o telefone 181 para denunciá-los. Não é preciso se identificar para fazer a denúncia.


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