Na onda de manifestações pela redução de tarifas em diferentes cidades do país, protestos nas periferias voltaram a causar interdições em diversas rodovias nesta segunda-feira. Em cada barricada, uma série de pleitos locais, como construção de hospitais e de passarelas e até mudança de itinerário de linhas de ônibus.
No início da manhã, Cubatão (no litoral de SP) já teve bloqueio de rodovia e congestionamentos, além de confronto com a Polícia Militar. Em seguida, os manifestantes se deslocaram ao centro da cidade, onde houve atos de vandalismo e "toque de recolher" no comércio.
O ato começou às 7h, quando 500 pessoas fecharam a rodovia Cônego Domênico Rangoni, próximo aos acessos ao Polo Industrial de Cubatão e ao porto de Santos.
A estrada foi totalmente bloqueada no sentido Guarujá, e o congestionamento chegou a 10 km. O protesto pedia a redução da tarifa dos ônibus de R$ 3,10 para R$ 2,50.
Após negociação com a PM, os manifestantes decidiram encerrar o protesto antes das 12h. No entanto, por volta de 11h30, um pequeno grupo atirou pedras contra policiais e caminhões que estavam parados no local.
A carga de soja de um dos veículos chegou a ser derramada na pista. A Tropa de Choque da PM respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, até a liberação da pista, após cinco horas de bloqueio.
Após esse confronto, um grupo de cerca de cem pessoas partiu para o centro de Cubatão. Os comerciantes fecharam as portas às pressas, e os vândalos tentaram arrombar lojas, sendo contidos após uma nova ação da PM.
O grupo ateou fogo a um ônibus intermunicipal, e duas pessoas foram detidas e soltas no início da noite.
"Era um pessoal estranho, não eram os mesmos que têm participado das passeatas", disse Anderson Locchetti, gerente de uma das lojas.
Em nota, a prefeitura disse que irá discutir a possibilidade de redução da tarifa.
Em São Bernardo do Campo (SP), manifestantes bloquearam a rodovia dos Imigrantes no sentido litoral.
O protesto foi feito por donos de vans que querem permissão para descer o trecho de serra da estrada, contrariando portaria estadual.
Em Minas Gerais, pelo menos seis manifestações bloquearam rodovias na região metropolitana de Belo Horizonte. Reivindicou-se melhoria do transporte público, redução das tarifas de ônibus e construção de passarelas.
Em Cristalina (GO), duas mulheres morreram atropeladas na BR-251 ao iniciarem protesto por melhorias no bairro onde moram. Um estudante já havia morrido dessa foram em Ribeirão Preto (SP), na última quinta.
Também houve mobilização no perímetro urbano de uma rodovia estadual que passa em Palmas (TO). Os moradores se manifestaram contra a interrupção do itinerário de linhas de ônibus.
No Rio Grande do Sul, por mais hospitais e melhorias na saúde, um bloqueio na BR-116, em Canoas, causou congestionamento na principal rodovia que liga a região metropolitana a Porto Alegre. A cena se repetiu em Piratini, Caxias do Sul e São Leopoldo.
No Maranhão, protestos contra a falta de segurança interditaram dois trechos da BR-135, em ambos os sentidos, na saída de São Luís.