Folha de S. Paulo


Governo amplia validade do Tamiflu infantil no tratamento contra H1N1

O Ministério da Saúde vai repassar aos Estados lotes do Tamiflu infantil, usado no combate ao vírus A (H1N1) em crianças, com a data de validade ampliada de dois para quatro anos.

O governo explica que a mudança está embasada em dados da fabricante do produto, Roche, que comprovam a eficácia do remédio por mais tempo. Outros países, incluindo os europeus, já adotam uma data de validade ainda maior que os quatro anos.

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Essa alteração do prazo foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2012, mas só será repassada aos Estados e pacientes agora, quando lotes do medicamento com o novo prazo forem distribuídos pelo governo. Uma etiqueta com a nova data de validade será colada em cima da etiqueta original.

A Roche informa que "o produto Tamiflu (fosfato de oseltamivir) foi inicialmente registrado no Brasil no ano 2000 com validade de 24 meses. Estudos de estabilidade comprovaram que o prazo de validade do medicamento é de 48 meses, prazo já aprovado em outros países".

Em 2009, ano da pandemia da gripe A (H1N1), o Tamiflu usado em adultos teve sua data de validade alterada, no Brasil, de dois para quatro anos. À época, a OMS (Organização Mundial da Saúde) se manifestou dizendo que, frente a evidências apresentadas pela Roche, caberia a cada país decidir sobre a ampliação do prazo.

ESTOQUE

No início deste ano, o Ministério da Saúde perguntou à Anvisa se a ampliação do prazo do Tamiflu infantil, aprovada em 2012, valeria também, para os lotes já adquiridos pelo governo. A resposta positiva veio em fevereiro, explica José Miguel Jr, diretor do departamento de assistência farmacêutica do ministério.

No ofício assinado pelo diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, a agência cita que a ampliação feita em 2009 visava dar conta da "proximidade do período sazonal da doença e a impossibilidade do fornecimento do medicamento, pelo único produtor, nos montantes e prazos solicitados por esse ministério".

Para 2013, não há risco de desabastecimento da droga, afirma Miguel Jr. De acordo com o diretor do departamento, há doses para 2,4 milhões de tratamentos infantis, o que é suficiente para cobrir os grupos de risco, diz.

SÃO PAULO

Na semana passada foi divulgado um balanço apontando que cresceu o número de mortes causadas pela gripe H1N1 na cidade de São Paulo. Desde o início do ano, foram 28 óbitos, contra nove que foram registrados em todo o ano de 2012.

Segundo a secretaria de Saúde, não está claro ainda sobre o motivo da alta em São Paulo. O padrão do vírus é de circulação localizada --em 2012 foi no Sul. O ministério já contabiliza 38 mortes no país. O dado, porém, está defasado --só foi atualizado até o último dia 4.


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