Folha de S. Paulo


Pesquisa mostra que pedestres de SP foram as principais vítimas no trânsito em 2011

A morte por atropelamentos de pedestres no trânsito em 2011, no Estado de São Paulo, representa 39% do total de casos de acidentes envolvendo carros, ônibus, caminhões, motos e bicicletas, segundo pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

A maioria dos pedestres foi vítima de acidentes envolvendo carros. Depois, respectivamente, ônibus, motos e triciclos. De acordo com o levantamento, das 5.394 mortes por acidentes de trânsito no Estado, cerca de 2.114 foram de pedestres, 1.721 de motociclistas, 1.273 de passageiros ou motoristas de veículos e 286 ciclistas.

O número de mortes registrado em 2011 foi 9% maior se comparado com os dados de 2010, quando foram notificados 1.968 óbitos por atropelamentos no Estado. Na ocasião, os pedestres também foram as principais vítimas em acidentes de trânsito.

As internações de pedestres também aumentaram, passando de 10.155 em 2010 para 10.548 em 2011. Em relação às internações, o número de vítimas de atropelamentos é menor somente ao de motociclistas.

Carlos Cecconello - 19.abr.2011/Folhapress
Táxi atrapalha a travessia de pedestres na praça da Sé, na região central de São Paulo
Táxi atrapalha a travessia de pedestres na praça da Sé, na região central de São Paulo

"Quando o pedestre é atingido por um veículo, toda a energia do impacto é transferida para a vítima, que não possui dispositivos de segurança, como cinto de segurança, estofados, air bags, barras de proteção, entre outros, para minimizar a energia liberada após a batida. Mesmo motocicletas ou bicicletas são capazes de causar mortes por conta desta transferência de energia. Além disso, por ser muito frágil quando exposto aos acidentes com outros veículos, o corpo humano fica vulnerável a traumas graves que podem comprometer funções vitais", diz Gustavo Feriani, supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgência (Grau) da secretaria.

MORTES NA CAPITAL

Um balanço da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) divulgado no dia 13 março deste ano aponta uma queda de 9,8% no número de mortos em decorrência de acidentes de trânsito na cidade de São Paulo em 2012 em relação ao ano anterior.

Ao longo de 2012, 1.231 pessoas perderam a vida em decorrência de acidentes de trânsito na capital paulista. Em 2011, foram 1.365 vítima fatais.

De acordo com a companhia, os resultados refletem também na diminuição das mortes por atropelamentos. O balanço do órgão mostra que as mortes de pedestres, as principais vítimas do trânsito paulistano, caíram 12,5% em relação ao ano anterior, o que significa 77 vidas poupadas. Em 2012, 540 pedestres perderam a vida no trânsito paulistano ante 617 em 2011.

Entre os fatores apontados como responsáveis por essa redução está a ampliação do Programa de Proteção ao Pedestre na cidade, com a efetivação de um termo de cooperação pelas secretarias municipais dos Transportes e do Trabalho e Empreendedorismo.

Segundo a CET, a parceria prevê repasse de R$ 5 milhões ao programa. Ano passado cerca de 800 orientadores de travessia estavam nas ruas. Neste ano a companhia prevê um acréscimo de mais 200 pessoas atuando na função.

PROGRAMA

A Prefeitura de São Paulo criou em maio de 2011 o Programa de Proteção ao Pedestre. No dia 8 de agosto de 2011, o desrespeito ao pedestre começou a ser multado na região central da cidade e na avenida Paulista --no período restrito, foram aplicadas 10.266 multas.

Em setembro de 2011, a campanha foi ampliada para toda a cidade, assim como a aplicação de multas.

As penalidades são de até R$ 191,53 e sete pontos na carteira de habilitação. As principais infrações são: não dar preferência ao pedestre na faixa, quando não há farol; não dar preferência ao pedestre na transversal; avançar na faixa sem que o pedestre tenha terminado de atravessar e não ligar a seta com antecedência.


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